São Paulo, sexta-feira, 4 de dezembro de 1998 |
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Saída de dólares mantém ritmo anterior
VANESSA ADACHI
Até as 19h haviam saído US$ 150 milhões, valor não muito longe da média diária recente. É bem verdade que duas entradas evitaram um saldo pior. Duas indústrias automobilísticas receberam de suas matrizes empréstimos nos valores respectivos de US$ 60 milhões e US$ 40 milhões. A avaliação de especialistas no final era que a maior parte do dólar comprado ficou mesmo dentro do país, o que pode ser um sinal de que o nervosismo não se propagará por muito tempo. No mercado futuro de câmbio, as projeções do dólar dispararam. Os contratos que projetam o dólar de dezembro fecharam indicando uma desvalorização do real de 1,10%, acima do 0,94% no dia anterior. Tomando essa projeção, o dólar no final de dezembro estaria a R$ 1,214. Essa taxa de câmbio está muito acima do que seria o teto da minibanda na mesma data (R$ 1,209), dada a atual política do governo. Esse descompasso reflete as incertezas do mercado, aguçadas ontem pelo fracasso do governo no Congresso. É normal que no início do mês o contrato de vencimento mais próximo esteja sobrevalorizado, já que ocorre muita rolagem. Ao longo do mês, no entanto, tem que haver um ajuste à realidade. O nervosismo deixou o terreno fértil para proliferação de boatos que só contribuíram para tornar o clima ainda mais pessimista. O principal deles dava conta de que o presidente do Banco Central, Gustavo Franco, estaria demissionário. Tudo porque ele faltou a um evento no Rio pela manhã. Ele próprio tratou de desmentir o rumor no final da tarde. Para piorar, Francisco Lopes, diretor de política monetária do Banco Central, apareceu no final do dia dando declarações um pouco confusas sobre o alargamento da minibanda. Texto Anterior: No tumulto, mãe pensou que filha de 8 dias tivesse morrido Próximo Texto: Brasileiro consome mais carnes e cerveja Índice |
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