São Paulo, sexta-feira, 4 de dezembro de 1998
Texto Anterior | Índice

Helena Ignez mostra seu "Rimbaud do Pelô" aos paulistas

LEDUSHA
COLUNISTA DA FOLHA

A atriz Helena Ignez aterrissa em São Paulo hoje para estrear, simultaneamente a seu marido, o cineasta Rogério Sganzerla (leia entrevista à pág. 4-11), seu recente trabalho, o teatral-performático "Cabaret Rimbaud - Uma Temporada no Inferno", no evento Mundão. A seguir, trechos da entrevista com a atriz.

*
Folha - Foi proposital você e Rogério estrearem na mesma data em São Paulo?
Helena Ignez - A data da minha estréia foi escolhida com muita reverência. É uma data especial, sexta-feira às 23h, é um luxo! O filme de Rogério foi uma coincidência também. Nossa filha Djin, que é atriz e trabalha comigo no evento -além de também ser produtora-, comentou algo a respeito. Parece uma divisão, mas acho que é uma síntese.
Folha - O que é o "Cabaret Rimbaud"?
Helena - É uma performance de teatro. É um "happening" completamente rimbaudiano, que nasceu no Pelourinho. É um Rimbaud (poeta francês) do Pelô...
Folha - Como surgiu e chegou à forma atual?
Helena - Começou como um happening pessoal. Éramos eu e os músicos. Surgiu de um trabalho de movimento, realmente começou com um trabalho de corpo e partiu para Rimbaud. A idéia inicial era o "Tai-Show nº 1". Quando vi Barishnikov, aquele bailarino clássico assimilando tão bem tudo aquilo, senti a necessidade de me aprofundar em mim mesma e no meu trabalho. Tornei-me professora de tai-chi-chuan, inclusive. E, num determinado momento, senti necessidade de expressar isso. Esse momento foi o Rimbaud na Bahia.
Folha - Isso tudo começou há 17 anos, na verdade...
Helena - É isso mesmo. Quando eu desapareci, recomecei. Naquela fase em que perguntavam onde andará Helena Ignez, eu estava iniciando um estudo, uma atividade voltada para esse lado oriental. E como diz Rimbaud, o Oriente é a pátria-mãe que fornece a essência.
Folha - E depois?
Helena - Logo depois, fomos convidados pelo Heitor Reis para fazer a performance no Museu de Arte Moderna da Bahia, na Capela do Solar do Unhão. Já foi apresentada em Barcelona, na Espanha, e em Santos. Agora, está entrando em São Paulo, no festival Mundão, juntamente com o filme do Rogério, "Tudo é Brasil". Fazemos 2, 3 dias no máximo, pois os custos são muito altos. Agora são 21 pessoas no elenco, e nós estamos trazendo seis músicos do Walter Smetack, que é uma preciosidade. Conseguimos esse conjunto, o que é uma vitória. É uma coisa deliciosa. Estamos em vias de fazer um espetáculo no Museu Rimbaud, em Charleville, e já contactamos o consulado.

Texto Anterior: A programação de hoje no Mundão
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.