São Paulo, sexta-feira, 4 de dezembro de 1998 |
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Ex-exilado político brasileiro é barrado Chile admite erro depois de impedir entrada OTÁVIO DIAS
Segundo Melcides Costa, um funcionário da imigração, após consultar o computador, disse que havia um problema e pediu para o brasileiro aguardar. Finalmente, o funcionário comunicou que a entrada de Costa estava proibida e que ele teria de voltar ao Brasil na mesma sexta- feira. "Não me deram satisfação. Desmoralizado, com os meus filhos profundamente decepcionados, embarcamos no primeiro avião." A Folha comunicou o fato à Embaixada do Chile em Brasília e, ontem, o Ministério do Interior do país confirmou existir uma proibição à entrada de Costa, mas que ela "carece, atualmente, de fundamento". Em 89, o Chile revogou a proibição de entrada no país de estrangeiros que haviam saído por razões políticas, exceto os que tivessem antecedentes criminais no país, o que não é o caso de Melcides Costa. Ele foi orientado a enviar uma carta solicitando a revisão de sua situação. Costa foi militante da Vanguarda Popular Revolucionária (VPR), organização de esquerda que participou da luta armada contra o regime militar brasileiro no final dos anos 60. Detido em 1970, Costa foi solto, junto com outros 39 presos políticos, em troca da libertação, em 16 de junho, do embaixador alemão Ehrenfried von Holleben, sequestrado pela VPR e pela Aliança Libertadora Nacional. Após uma breve passagem pela Argélia, Melcides se exilou no Chile, depois da posse, em setembro, do presidente socialista Salvador Allende. Em setembro de 73, com o golpe militar chileno, ele se exilou na Suécia e só retornou ao Brasil em 1980. (OD) Texto Anterior: Processo pode ter recurso Próximo Texto: Chávez diz que não ameaça democracia Índice |
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