São Paulo, sexta-feira, 4 de dezembro de 1998
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Tensão ideológica faz 'Nova York Sitiada'

ALFREDO STERNHEIM

Tanto em "Tempo de Glória" (ambientado durante a Guerra de Secessão) como em "Coragem Sobre Fogo" (durante a guerra no Golfo Pérsico), o diretor norte-americano Edward Zwick abordou com equilíbrio e vigor o choque de hierarquias, métodos e ideologias em meio a situações tensas e mortais.
Ele faz isso novamente em "Nova York Sitiada", contando outra vez com Denzel Washington, ator presente nos dois filmes citados. Só que, agora, a guerra é urbana, provocada por atentados que ocorrem na grande cidade.
Washington é Anthony Hubbard, chefe da equipe do FBI para localizar e prender os terroristas, todos de origem árabe. Nessa luta contra o tempo, ele tem profundas divergências com os métodos e conhecimentos de uma agente da CIA, Elise (Annette Bening), e com a intervenção militar em Nova York chefiada pelo general Devereaux (Bruce Willis).
Com cenas que oferecem impressionante e, às vezes, incômodo realismo, o filme tem boa parte de seu tempo ocupado por esse debate de idéias. Principalmente quando os direitos humanos são desobedecidos no interrogatório dos prisioneiros e no tratamento oficial dispensado à colônia islâmica de Nova York.
Alguns desses momentos ressoam "patrioteiros". Outros conflitos, como os que envolvem Karen e sua ligação com Samir (Sami Bouajila) adquirem profundas ressonâncias.

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