São Paulo, segunda-feira, 28 de dezembro de 1998
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Cursos abordam de negócios a culinária

CÉLIA DE GOUVÊA FRANCO
DA REPORTAGEM LOCAL

A Universidade Anhembi Morumbi está oferecendo para 99 um curso superior de animação em rádio e TV, shows e espetáculos. Outro de gastronomia. E um terceiro, de organização e gestão de eventos de negócios.
Já a Universidade Estácio de Sá, do Rio, mantém cursos (não de nível universitário) de cabeleireiro, maquiagem e iluminação para TV. E cursos de extensão sobre sistemas de qualidade.
No Centro Universitário da Cidade (antiga Faculdade da Cidade), também no Rio, é possível cursar a especialidade edição de vídeo sem ter de ir até o campus. Ou fazer um curso de extensão em perícia ambiental. Esses são exemplos da crescente agilidade das universidades em criar cursos conforme identificam nichos de mercado.
Ao ser autorizada a se transformar em universidade, uma escola ganha autonomia para abrir as faculdades que desejar (com algumas poucas exceções) e muitas universidades têm se aproveitado disso para instituir cursos diferenciados, que podem atrair mais interessados do que os tradicionais.
Essa autonomia também é concedida aos centros universitários, um novo tipo de escola de ensino superior criado recentemente pelo Ministério da Educação e do Desporto. Os centros são dispensados de investir em pesquisa, como devem fazer as universidades.
Consultores na área de educação confirmam que os cursos de extensão e de especialização são mais rentáveis do que os de graduação. Como os alunos desses cursos em geral estão trabalhando, a taxa de inadimplência é menor e com frequência as próprias empresas bancam uma parte dos custos para seus funcionários.
A Universidade de Guarulhos, em São Paulo, aposta, por exemplo, em cursos de extensão acadêmica como o de direitos do consumidor ou outro a respeito do metabolismo materno e do recém-nascido ou ainda um sobre plantas carnívoras.
Uma recente inovação aprovada pelo ministério promete ser bastante interessante para as universidades -os cursos superiores de formação específica, conhecidos como cursos sequenciais, de curta duração, de apenas dois anos. São cursos de nível universitário, mas não de graduação, como os criados pela Anhembi Morumbi.
Outra alternativa é ainda criar serviços nos campus para levar os alunos a ficar mais tempo na universidade e mesmo atrair seus familiares, como lojas e salas de cinema e de teatro.
(CGF)

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