São Paulo, segunda-feira, 28 de dezembro de 1998
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Cama e mesa fazem a festa só de noite

DOUGLAS JEHL
DO "TRAVEL/THE NEW YORK TIMES"

Agora que o calor do verão é uma lembrança distante, o Cairo mostra uma face mais doce, com um inverno seco e encorajador. E neste ano os feriados de Natal e Ano Novo coincidem com o Ramadã, o mês sagrado do islamismo. Durante o dia, as pessoas jejuam e não podem ter relações sexuais. À noite, a cidade vira uma festa. As longas noites do inverno permitem tempo de sobra para celebrações.
Em quatro semanas, contadas a partir do dia 18, o trânsito fica miserável às 17h, quando todos correm para suas casas, mas depois as ruas se acalmam.
Sempre movimentado e perfeito para ser visitado no Ramadã é o mercado velho, conhecido como Khan al-Khalili. O visitante deve conhecer seus vários cafés, onde são servidas refeições. Não é caro. Na cidade toda, os turistas podem se beneficiar dos novos preços bons, uma consequência da queda do turismo após os ataques em Luxor, em 97.
Eventos
Para assimilar o espírito islâmico do Ramadã, assista a um show folclórico, de música e dança islâmica, na casa Wikala al-Ghuri, do século 16. As apresentações começam no dia 27 e vão até 20 de janeiro. O local fica próximo à mesquita de Al-Azhar. Os ingressos custam só US$ 3,10.
No palácio Al-Ghuri, na parte velha da cidade, está sendo apresentada a dança al-Mawlawia, uma antiga tradição islâmica. O show, de 70 minutos, é apresentado às quartas e sábados no salão de baile, do século 15. As apresentações começam às 21h e são gratuitas.
Na noite de Ano Novo, haverá um concerto da Orquestra Sinfônica de Cairo, às 21h30, na casa de ópera da cidade, com músicas de Johann Strauss. Os ingressos custam entre US$ 4,50 e US$ 15.
A arte moderna de 52 países será mostrada na Bienal, que começou no dia 15 em diversos locais, incluindo a galeria Akhnaton.
Passeios
O museu Gayer-Anderson, perto da mesquita Ibn Tulun, é o retrato de uma casa islâmica. Com móveis e o estilo decorativo dos séculos 16 e 17, expõe peças coletadas por um major britânico.
Uma caminhada pelo centro antigo leva a outras descobertas. Um ponto de partida pode ser a igreja Pendente, ou El Muallaqa. Remonta ao século 4º e fica sobre as ruínas de uma fortaleza romana.
Não longe dali está a sinagoga Ben Ezra, o mais antigo edifício judaico da cidade. Foi construído em 1115. Os tesouros da sinagoga -em uma cidade que até algumas décadas abrigava uma razoável população judaica- incluem um Tora do século 5º a.C.
Ali perto localiza-se a mesquita de Amr Ibn al-As, do ano 642. É a mais antiga da África. Sua arquitetura simples consiste em um enorme pátio cercado por quatro arcadas adornadas com madeira trabalhada com motivos bizantinos.
Nenhum turista deve deixar de visitar as pirâmides de Giza. Mas se você quer se debruçar mais sobre o Egito antigo -e sem tantos turistas-, visite as tumbas e pirâmides de Saqqara e Dashour, a uma hora do centro do Cairo. Um carro com motorista para uma viagem de ida e volta até o local custa menos de US$ 50 e o ingresso, US$ 6. Vale a pena.

Tradução de Carla Aranha.

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