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CRÍTICA AVENTURA

Filme viaja pela África com trio adolescente

Longa mostra o continente sem qualquer viés exótico, mas não consegue escapar de sentimentalismo à Hollywood

Divulgação
Os atores Eriya Ndayambaje, Sanyu Joanita Kintu e Roger Nsengiyumva na produção inglesa 'Uma Incrível Aventura
Os atores Eriya Ndayambaje, Sanyu Joanita Kintu e Roger Nsengiyumva na produção inglesa 'Uma Incrível Aventura'

ADRIANA FERREIRA SILVA
EDITORA-ASSISTENTE DA “ILUSTRADA”

Podia ser apenas um amontoado de clichês -e, de certa maneira, há muitos deles em cena-, mas, por desvelar uma paisagem e uma sociedade muito pouco vistas no cinema, as do continente africano, "Uma Incrível Aventura" é um filme revelador.

O olhar que se volta à África neste longa passa pela perspectiva ocidental, a da diretora britânica Debs Gardner Patson. Mas ela não caiu ali de paraquedas. Sua mãe nasceu em Ruanda. Ela própria viveu lá.

E essa convivência faz toda a diferença quando ela se propõe a retratar, sem o viés exótico, o cotidiano de uma pequena cidade ruandesa, onde começa a tal aventura do título em português (no original, a produção é chamada de "Africa United").

É ali que vivem o pré-adolescente Dudu, sua irmã, Beatrice, órfãos moradores de uma favela, e Fabrice, rapaz de classe média que prefere jogar futebol a estudar.

O sonho de Dudu é que o amigo Fabrice esteja entre os jovens escolhidos para entrar em campo na abertura da Copa do Mundo na África do Sul. Quando um "olheiro" convida o aficionado para participar de um teste em Kigali, capital do país, o "projeto Copa" parece menos implausível.

Dudu, no papel de "empresário" de Fabrice, arma a viagem para a capital, mas o trio pega o ônibus errado e vai parar em Kinshasa, no Congo -e dali é levado para um campo de refugiados, de onde foge e decide percorrer, a pé, os quase 5.000 km até a capital sul-africana.

No caminho, ocorre de tudo: eles conhecem um garoto congolês, desertor da guerrilha, que vai levar o bando a ser perseguido por vilões; também ajudam uma jovem prostituta etc.

Por conta do périplo delirante, o espectador envereda por florestas deslumbrantes e cidadezinhas muito parecidas com lugares escondidos no Nordeste brasileiro. Mas, se apresenta um "mundo novo" ao público, o longa se perde no conteúdo, que apela para um sentimentalismo hollywoodiano.

Trata-se, no entanto, de um bom programa para apresentar o continente aos adolescentes. E não há como ficar indiferente aos simpáticos protagonistas.

UMA INCRÍVEL AVENTURA

DIREÇÃO Debs Gardner Patson
COM Eriya Ndayambaje, Roger Nsengiyumva, Sanyu Joanita Kintu e Yves Dusenge
PRODUÇÃO Inglaterra, 2010
ONDE nos cines Internacional Guarulhos Cinemark, Lumière Playarte 2 e Playarte Bristol 5
CLASSIFICAÇÃO de 12 anos
AVALIAÇÃO regular

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