Índice geral Acontece
Acontece
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

"Estamos longe de um cinema igualitário"

Mostra reúne obras da diretora Léa Pool, que discute o papel da mulher na sociedade

RODRIGO SALEM
DE SÃO PAULO

Se você não é um cinéfilo muito engajado, a chance de o nome Léa Pool lhe soar familiar é pequena. Mas a diretora, nascida na Suíça e radicada no Canadá, é uma pioneira do cinema feminista.

Ela atua desde os anos 1970 na direção de documentários, longas de ficção hollywoodianos e filmes independentes que procuram levantar o véu sobre o papel da mulher na sociedade.

Boa parte da obra da diretora pode ser vista em uma retrospectiva que vai até domingo (18), no Centro Cultural Banco do Brasil, como parte da Festa da Francofonia 2012.

"É uma oportunidade até para mim, porque é tão difícil olhar para trás após 25 anos de carreira e pensar no que fiz", conta a cineasta por telefone de sua casa em Québec (Canadá). "No começo, meu objetivo no cinema era falar quem eu era. Isso mudou ao longo da carreira. Passei a aceitar roteiros alheios."

Em uma dessas escapadas das produções íntimas e femininas, Léa Pool tomou a decisão de ampliar o foco ao filmar, em 2004, "A Borboleta Azul", um drama estrelado por William Hurt. "Foi o filme mais caro que já fiz", recorda-se.

"Eu concordei em dirigi-lo porque queria mostrar para a minha filha, Julia, como era minha profissão."

DESVENDANDO O CÂNCER

A cineasta, que ajudou a revelar Mischa Barton (da série "O.C.") ao escalar a atriz em "Assunto de Meninas" (2001), lançou, no ano passado, o polêmico "Pink Ribbons, Inc.", que coloca em xeque diversas instituições que levantam dinheiro para combater o câncer de mama.

"Algumas mulheres ficaram com medo de que o documentário afastasse os doadores, mas não acredito nisso. Apenas fiz algumas perguntas para esclarecer o assunto e tornar o sistema mais confiável", diz.

A diretora estará presente hoje para debater a carreira e o papel da mulher no cinema após a exibição do autobiográfico "Anne Trister" (1986).

"Apesar das mudanças, ainda somos muito poucas em Hollywood", reclama Léa Pool. "Fico feliz pelo Oscar [para Kathryn Bigelow, em 2010 por 'Guerra ao Terror'], mas estamos longe de um cinema igualitário."

MOSTRA LÉA POOL
QUANDO até domingo (18/03)
ONDE Centro Cultural Banco do Brasil (r. Álvares Penteado, 112)
QUANTO R$ 4
CLASSIFICAÇÃO não informada

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.