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Mostra reúne peças do Festival de Curitiba

"Namíbia, Não!" e "Aquilo que Meu Olhar Guardou Para Você" são destaques da programação que começa hoje

Idealizado pelo Itaú Cultural, evento traz a estreia de Lázaro Ramos como diretor à capital paulista

Crisna Pires/Comunika Press
Flávio Bauraqui (à esq.) e Aldri Anunciação em 'Namíbia, Não!
Flávio Bauraqui (à esq.) e Aldri Anunciação em 'Namíbia, Não!'

GABRIELA MELLÃO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

O ator Lázaro Ramos estreou na direção teatral no ano passado com "Namíbia, Não!". A peça de autoria de Aldri Anunciação apresenta-se pela primeira vez na cidade neste fim de semana. Integra uma mostra idealizada pelo Itaú Cultural com algumas das obras que se apresentaram no 21º Festival de Curitiba -caso de "Licht + Licht", novo trabalho da Companhia de Ópera Seca, dirigido por Caetano Vilela, que relê a obra de Goethe.

"Achamos importante aproximar o evento do público de São Paulo que não pode ir à Curitiba", diz Eduardo Saron, diretor do Itaú Cultural, que planeja criar parcerias semelhantes com outros festivais de teatro do país.

Ramos define "Namíbia, não!" como "uma crônica sobre a realidade do jovem afro-brasileiro". O espetáculo serve-se de uma situação absurda para discutir sobre racismo de forma bem humorada.

O conflito é gerado por um decreto hipotético lançado pelo governo brasileiro no ano de 2016 que obriga os afrodescendentes do país a regressarem à África.

A trama enfoca o drama de dois personagens negros. Temerosos de saírem às ruas e serem capturados, eles rememoram histórias pessoais e debatem sobre questões sociais trancafiados em um apartamento.

"O deslocamento de tempo da peça, ironicamente, nos ajuda a refletir sobre nosso presente", acredita Ramos.

FLAGRANTES URBANOS

A partir desta semana, o paulistano também tem oportunidade de conhecer um dos destaques da mostra principal do 21º Festival de Curitiba: "Aquilo que Meu Olhar Guardou para Você", criação coletiva do grupo pernambucano Magiluth, dirigida em parceria com Luiz Fernando Marques, encenador do Grupo XIX de Teatro.

O espetáculo é fruto de uma pesquisa conjunta das companhias Magiluth e Teatro do Concreto (de Brasília), em 2011. Durante meses, os coletivos trocaram imagens que tinham como tema o homem contemporâneo nas grandes cidades, as quais inspiraram pequenas cenas.

O espetáculo reúne as criações da companhia pernambucana. São cerca de 40 fragmentos de vida extraídos de situações cotidianas, grandes encontros ou despedidas, retratados com generosa dose de sensibilidade.

"O grupo tenta capturar o humano, a universalidade de sentimentos, brincando com a ideia de que a paisagem muda de cidade para cidade, mas a dor é a mesma", explica Marques.

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