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Crítica Drama

Filme ousa em diálogos e é pueril em imagens

'Apenas uma Noite' reúne situações que fazem pouco ou nenhum sentido em trama sobre casal em dúvida sobre trair

Divulgação
Keira Knightley em cena de "Apenas uma Noite", de Massy Tadjedin
Keira Knightley em cena de "Apenas uma Noite", de Massy Tadjedin

ANDRÉ BARCINSKI
CRÍTICO DA FOLHA

KEIRA KNIGHTLEY NÃO CONVENCE COMO UMA DEUSA CAPAZ DE DESPERTAR PAIXÕES; JÁ SAM WORTHINGTON TEM DIFICULDADE COM ATORES DE CARNE E OSSO

O calendário de lançamentos nos cinemas brasileiros continua um mistério. Por que filmes como "O Abrigo" e "Rampart" não chegam às salas e "Apenas uma Noite", lançado há 13 meses nos Estados Unidos, sim?

No filme, dirigido pela iraniana Massy Tadjedin, Keira Knightley ("Um Método Perigoso") e Sam Worthington ("Avatar", "Fúria de Titãs") fazem Joanna e Michael, um casal bem-sucedido que mora em Nova York e vive uma crise no casamento.

Numa festa, Joanna desconfia que Michael está flertando com uma colega de trabalho, a sexy Laura (Eva Mendes), e tem um rompante de ciúmes. Não ajuda o fato de Michael viajar no dia seguinte, a trabalho, com Laura.

Joanna fica em Nova York e acaba encontrando na rua um antigo namorado, o escritor francês Alex (Guillaume Canet), que está visitando a cidade. Alex, como bom francês -o filme é cheio desses estereótipos-, é galante e charmoso e tenta reconquistá-la com vinho, massagens no pé e a irresistível verve francófona.

"Apenas uma Noite" acompanha a noite desses dois "casais", Michael/Laura e Joanna/Alex. E tome falação: enquanto avaliam se traem ou não os cônjuges, Michael e Joanna discutem com Laura e Alex temas como traição, fidelidade e sexo.

E o sexo? Curioso como o filme é ousado nos diálogos e pueril nas imagens. Sexo, quando surge, é pouco e envergonhado.

O maior problema de "Apenas uma Noite" é um roteiro frouxo. Os diálogos são pessimamente escritos, e a história é cheia de situações que fazem pouco ou zero sentido.

O elenco também não ajuda. Keira Knightley não consegue convencer como uma deusa capaz de despertar paixões arrebatadoras.

E Sam Worthington, que contracenou com os bonecos azuis de "Avatar", criados em computador, mostra que tem dificuldade com atores de carne e osso. É ruim de doer.

Enquanto isso, as atuações de Woody Harrelson em "Rampart" e de Michael Shannon em "O Abrigo" não chegaram aos nossos cinemas. Vai entender.

APENAS UMA NOITE

DIREÇÃO Massy Tadjedin
PRODUÇÃO EUA/França, 2010
ONDE no Espaço Unibanco Pompeia, Reserva Cultural e circuito
CLASSIFICAÇÃO 18 anos
AVALIAÇÃO ruim

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