Mostra reúne obras dos anos 70 até os dias de hoje

DA REPORTAGEM LOCAL

A obra de Caciporé Torres se entrega nas arestas pontiagudas que ele deixa sem polir, nas farpas metálicas que escapam à perfeição industrial que gosta de imitar só até certo ponto. Obras dos anos 70 aos dias de hoje estão reunidas em mostra do artista em cartaz no Museu Brasileiro da Escultura.
Caciporé, hoje com 74 anos, é tido como um dos maiores nomes da escultura do país. Estudou em Paris sob influência de César Baldaccini, o César, que ficou célebre por suas obras com grandes chapas de metal. Outra marca é a do escultor romeno Constantin Brancusi, que sugeria a continuidade da forma no espaço, traços como que fundidos ao ambiente.
"Coluna Bipartida", que está no MuBE, é reflexo de seu interesse declarado por Brancusi. "Coluna Estrusca", de 1976, lembra César. Uma forma sólida, ortogonal, perpassada por cilindros e tubos. Caciporé contrasta aqui uma espécie de cintilância da indústria à agressividade do gesto, uma forma que atravessa a outra como se movida a explosões de um motor. (SILAS MARTÍ)