Exposição de artista modernista amplia a visitação no museu na Luz

"É minha primeira vez no museu", diz a recepcionista Vanessa Bastos, que veio de Osasco junto com a filha adolescente Bruna

Rafael Hupset/Folha Imagem

IRMÃS VISITAM FREQÜENTEMENTE A PINACOTECA Rosa Block,
72, e Marta Block, 69, em frente à tela "Operários" (1933); moradoras do Bom Retiro, elas vão a pé para o museu

MARIO GIOIA
DA REPORTAGEM LOCAL

O público freqüentador assíduo ou ocasional de museus tem apenas mais duas semanas para ver "Tarsila Viajante", exposição que atualmente faz grande sucesso na Pinacoteca do Estado. De acordo com os dados da Pinacoteca referentes a fevereiro, com "Tarsila Viajante" o museu contabilizou 24.471 visitantes. É pouco mais que o dobro do mesmo período do ano passado, quando a instituição tinha "Almeida Júnior -Um Criador de Imaginários" como a mostra carro-chefe, registrando 12.062 visitantes. Os números de janeiro também são próximos: na segunda quinzena deste ano, houve 25.890 visitas; no ano passado, no mesmo período, 15.147.
"A Pinacoteca tem uma diversidade de público maior que a de outros museus da cidade. É inegável, no entanto, que Tarsila seja uma figura-chave no modernismo brasileiro e esteja cercada por um imaginário popular. Está nos livros escolares, foi retratada na TV etc.", avalia o diretor da instituição, Marcelo Mattos Araujo.
A exposição, com curadoria de Regina Teixeira de Barros, tem recebido muitos visitantes que estréiam na Pinacoteca ou em um museu. A recepcionista Vanessa Bastos, 36, saiu de Osasco de trem para ver "Tarsila..." e levava sua filha Bruna Bastos, 15. "Não costumo visitar museus, é minha primeira vez aqui. Gostei bastante dos desenhos, ela registrava tudo em suas viagens. Já pensou se ela tivesse uma câmera digital?", disse Vanessa. Sua filha, que assim como ela visitava um museu pela primeira vez, afirma ter gostado da experiência.
Também de Osasco e por trem veio o professor aposentado Luiz Cassimiro, 65. "Adorei. Achei muito importante como ela foi montada, os estudantes que vierem aqui vão conseguir entender tudo."
O estudante Luca Rochat, 8, era outro que estreava em exposições. "Foi legal, quero vir mais", falou, ao lado da mãe, a designer Patrícia Rochat, 43. "Vou ver se o levo mais vezes a museus."
Visitantes assíduos também aprovaram a exposição. Fazendo anotações em um pequeno caderno durante toda sua visita, a relações públicas Viviane Takehashi, 29, achou "muito boa" a mostra. "Tentei vir na abertura, mas estava muito lotada", disse ela, que vai com freqüência ao museu, em geral aos sábados, e tinha visto telas de Tarsila "apenas em coletivas".