São Paulo, quinta-feira, 02 de maio de 2002

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SHOW

Acompanhada por seis músicos, cantora faz hoje e amanhã apresentação centrada no CD "Bossa" no DirecTV Music Hall

Zizi Possi leva sutileza de disco ao palco

Bob Wolfenson/Divulgação
A cantora Zizi Possi, que faz dois shows na cidade apresentando as músicas de seu 17º disco, "Bossa"


EDSON FRANCO
EDITOR DE VEÍCULOS E CONSTRUÇÃO

Lançado em setembro do ano passado, o CD "Bossa", 17º trabalho da cantora paulistana Zizi Possi, 46, finalmente chega aos palcos. Hoje e amanhã, diante do gigantismo e dos 1600 lugares do DirecTV Music Hall, ela dá início à turnê em que explora o repertório intimista do álbum.
Razões familiares responderam pelo hiato de tempo entre o disco e o show. "Pouco antes de eu concluir o CD, meu irmão Luiz passou 45 dias na UTI em virtude de uma doença chamada lúpus. Minha reação foi ficar meses sem conseguir fazer nada", disse a cantora, por telefone, à Folha.
A situação do irmão já está sob controle, o que permitiu a retomada da carreira e do canto, que, para o seu nível de exigência, ainda não alcançou o potencial pleno. Mas ela trabalha duro nisso.
Na semana passada, fez em Brasília uma espécie de ensaio aberto com o repertório do show. "Tá ficando bonito, com coisas além das que estão no disco. Só não antecipo porque quero que todos os meus fãs venham conferir."
Possi estima que, mesmo com a casa cheia, será possível ouvir cada uma das sutilezas que recheiam as 12 faixas do CD. "Eu tenho o maior orgulho do meu público. Nas músicas só com voz e piano, eles cantam baixinho para não atrapalhar."
Seria essa a mesma platéia que aprovou as incursões italianas da cantora nos álbuns "Per Amore" (97) e "Passione" (98)? Em termos. Ela espera receber no show uma interseção entre os que gostaram desses discos e aqueles que foram seduzidos pelos aspectos mais ecléticos de seu repertório.
Para recuperar a atmosfera registrada no CD, Possi leva ao palco banda de seis músicos: Jether Garotti Jr. (teclados e clarinete), Keco Brandão (teclados), Edmilson Capelupi (violão), Pedro Baldanza (baixo), Ari Colares (percussão) e Eduardo Szajbrum (percussão). É deles a tarefa de suprir no palco ausências como as cordas, os arranjos e a batuta do maestro inglês Graham Preskett e as baquetas de João Barone.
Para evitar que o esforço da banda se dilua nos artificialismos dos teclados eletrônicos, a cantora dá a sua receita: "Uso os instrumentos para reproduzir o desenho e a atmosfera, jamais o timbre de uma orquestra de cordas".
E ai de quem se insurgir contra ela, que estudou piano por 17 anos e composição e regência por outros dois. No que diz respeito à busca pelo resultado sonoro considerado perfeito, ela se define como uma "chata". "Ainda bem que, para esse show, eu consegui seis músicos que têm um nível de exigência parecido com o meu."
Se migrarem para o palco com a mesma solidez que apresentam em "Bossa", as canções "Preciso Dizer que Te Amo" (de Cazuza, Bebel Gilberto e Dê), "Capim" (de Djavan) e "Eu só Sei Amar Assim" (de Herbert Vianna) resumem o que a cantora e seus asseclas pensam a respeito de precisão e esmero musical.


BOSSA. Show de Zizi Possi. Onde: DirecTV Music Hall (av. dos Jamaris, 213, SP, tel. 5643-2500). Quando: hoje, às 21h30, e amanhã, às 22h. Quanto: de R$ 40 a R$ 60.

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