Com 21 espetáculos, evento começa amanhã

ADRIANA PAVLOVA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

A primeira edição da Plataforma Estado da Dança, que começa amanhã no Centro Cultural São Paulo e prossegue até o dia 16 no Teatro de Dança, nasce com a ambição de ser mais do que uma mostra de trabalhos coreográficos. Como seu próprio nome avisa, trata-se de uma exposição da produção feita no Estado, mas já nesta edição inaugural o evento pretende servir de palco para uma discussão sobre a curadoria de espetáculos de dança. Além de 21 trabalhos apresentados, acontece na sexta o debate "Eixos Curatoriais", com o francês Guy Darmet, da Bienal de Dança de Lyon, e Mary Luft, curadora de dança de festivais de Miami. "Queremos saber como os curadores programam os espetáculos. Eles pensam diretamente no público ou não?", diz a pesquisadora Cássia Navas, idealizadora da Plataforma. Sem medo de tocar num assunto nada confortável, Navas acredita que está na hora de discutir a falta de público nos espetáculos de dança. A mostra reúne 15 espetáculos premiados em 2008 pelo Programa de Ação Cultural, projeto de subvenção da Secretaria de Estado da Cultura. Quatorze trabalhos vão passar pelo Teatro de Dança, enquanto no próximo sábado a Cia. Artesãos do Corpo, da coreógrafa Mirtes Calheiros, faz única apresentação no Pátio do Colégio do espetáculo "Cadência". As coreografias têm linhas estéticas das mais diversas. Há a rara chance de conhecer a produção feita fora da capital, com, por exemplo, o Grupo Pró-Posição, de Sorocaba, ou do Grupo Minik Mondo, da coreógrafa Maria Momensohn, de Campinas. Há também apostas que podem surpreender, como "Speranza! Dona Esperança", solo de Mariana Muniz com direção de José Possi Neto, inspirado num personagem histórico da dança paulistana, Dona Esperança, do espetáculo "Sonho de Valsa", criado pelo próprio Possi em 1979.