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ARTES
Síntese de única imagem parece impossível
Tuca Vieira/Folha Imagem
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Exposição de obras de arte da China 'Os Guerreiros de Xi'an e os Tesouros da Cidade Proibida', que se divide em três partes, no pavilhão da Oca, no parque Ibirapuera |
FELIPE CHAIMOVICH
CRÍTICO DA FOLHA
A China é uma idéia abstrata.
Ao percorrermos o vasto
museu arqueológico em que se
transformou a Oca do Ibirapuera,
a síntese de uma única imagem
parece impossível. Confrontamos
de uma vez 7.000 anos de cultura
material, produzida dentro de
fronteiras que avançam e retrocedem, unificam-se e estilhaçam-se.
A mostra se divide em três grupos. O térreo apresenta coleções
diversas, como armas, telhas e objetos funerários. Os dois andares
superiores agrupam "Tesouros
da Cidade Proibida": apetrechos
vários da vida na corte durante a
última dinastia, reinante entre
1644 e 1911. No subsolo estão as 12
esculturas dos guerreiros de XiAn
de 221 a.C.
A ancestralidade é reverenciada
desde o início. A exposição é aberta com exemplares do Neolítico
produzidos antes das primeiras
dinastias.
Yangshao é a mais antiga das
culturas representadas. Data de
5000 a 3000 a.C., e dela veio uma
bacia de cerâmica com pinturas
de pássaro. Do mesmo berço surgiram os primeiros registros de
escrita chinesa e os mais antigos
instrumentos musicais.
Segue-se miríade de vitrines
com incontáveis coleções. O térreo é subdividido em gabinetes de
maravilhas, com uma museologia
cuidadosa que abriga desde fileiras de conchinhas usadas como
moeda (110-771 a.C.) até uma faca
retangular de jade Longsham
(3300-2000 a.C.).
Subindo as rampas, ascendemos ao ambiente palaciano da Cidade Proibida. No topo do edifício, vemos uma remontagem do
trono imperial da época Qianlong
(1736-1795), cercado de animais
míticos: unicórnio, garça, elefante. A seleção, que se estende por
dois pisos, mistura um biombo
circular de mesa de jades branco e
verde com um rolo quilométrico
de pintura sobre seda que retrata
a viagem do imperador Kangxi ao
sul da China.
Descendo ao subsolo, encontramos 12 figuras de Xi'An. Integram
um conjunto de milhares de guerreiros, cavalos e carroças, produzidos para um túmulo satélite do
Imperador Qin Shi, cujo complexo mausoléu empregou 700 mil
durante os 38 anos de sua construção.
As terracotas em tamanho natural enviadas ao Brasil são do século 3º a.C., exemplificando a variedade de poses e copiosidade de
patentes representadas no exército fantasma.
A China propõe imagem sólida.
O presente pós-dinástico afirma a
continuidade de uma cultura dinâmica ao valorizar as ciências do
passado.
China: Os Guerreiros de Xi'An e
os Tesouros da Cidade Proibida
Onde: pavilhão da Oca (av. Pedro
Álvares Cabral, s/nº, portão 2, parque
Ibirapuera, tel. 3253-7007)
Quando: de terça a sexta, das 9h às 21h;
sábados e domingos das 10h às 21h. Até
18/5
Quanto: R$ 7 (R$ 3,50 para estudantes e
grátis para menores de 6 anos, maiores
de 65 anos e portadores de deficiência
física). Durante o Carnaval os ingressos
serão vendidos a R$ 1
Organização: BrasilConnects
Patrocinadores: Banco Santos, Janssen-Cilag Farmacêutica, Stefanini,
Valor Econômico e Liderança
Capitalização
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