São Paulo, domingo, 04 de abril de 2004

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GASTRONOMIA

Tipo de comida, ambiente e serviços são fatores que contribuem para evitar estresse na refeição fora de casa

Menu "para todos" facilita almoço dominical

JOSIMAR MELO
COLUNISTA DA FOLHA

Almoços de família aos domingos são, em tese, momentos de comunhão. Às vezes prenunciam confusão. Uma grande ceia que foi cenário de terríveis previsões foi retratada em "A Paixão de Cristo", onde o diretor Mel Gibson, tão zeloso com a pancadaria de mau gosto quanto com a reconstituição de época, cochilou retratando a ceia numa mesa como as atuais (quando naquela época comia-se sentado no chão).
Embora de menor coturno, dissabores podem também acontecer aos domingos nos restaurantes de hoje. É quando mais gente recebem. Não são majoritariamente casais (como nas noites de sexta), nem trabalhadores (como nos almoços de semana); são eles mesmos, mas travestidos em outro papel -o de pais, filhos, noras-, além de crianças.
As mesas enormes que se formam podem sediar grande estresse, no lugar de pacífica comunhão. Se o motivo for intrínseco aos comensais (famílias são poderosos dínamos de brigas), nada se pode fazer. Mas a causa do desconforto pode ser externa: a má escolha do restaurante. Aqui a dor de cabeça pode ser evitada.
Nem todo restaurante é bom para qualquer ocasião. Um lugar ideal para um almoço de negócios pode ser desastroso para namorar. Uma ampla reunião de família, com muita gente (e de várias gerações), requer a escolha adequada de onde comer.
A começar pela comida. O cardápio deve ser ecumênico, agradar ao máximo de pessoas. Como a cozinha italiana: ela está em locais históricos como o tradicional Gigetto, com seus pratos de cantina, também presentes em casas informais como o Don Carlini e o Buttina; ou tem ares de alta cozinha, como o Massimo (o mais informal dos três-estrelas).
O Arábia também representa uma especialidade que inclui as esfihas e os quibes -de que dificilmente alguém desgosta. Já o Fogo de Chão (rodízio de carnes) e o Baby Beef Rubaiyat servem o universal churrasco (e podem agradar até vegetarianos, que se servem de boas mesas de saladas).
Mas não basta a comida. Se há crianças na família, é bom pensar no espaço para que elas se movimentem enquanto os adultos se entopem calmamente de caipirinha. Espaço é o que não falta no Buttina (com seu quintal de jabuticabeiras), na Casa da Fazenda do Morumbi (com seus amplos e antigos jardins), ou no Charlô do Jockey Club, com uma área onde as crianças podem ver de perto a passagem dos cavalos.
Lugares com atendimento rápido também ajudam, já que domingo o serviço costuma ser sofrível. Pode ser mais fácil servir-se naqueles que oferecem rodízio (como o Fogo de Chão, o melhor da cidade) ou bufês: no Rubaiyat, ele tem grelhados, peixes e pratos espanhóis; no O Compadre, comida paulista e brasileira. Se o restaurante ficar num local especialmente bonito (como o Charlô e a Casa da Fazenda), transforma o encontro de família num passeio agradável e relaxante. E, se o restaurante for barato, então, pode ser um alívio para o chefe de família que banca tudo.


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