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GASTRONOMIA
Tipo de comida, ambiente e serviços são fatores que contribuem para evitar estresse na refeição fora de casa
Menu "para todos" facilita almoço dominical
JOSIMAR MELO
COLUNISTA DA FOLHA
Almoços de família aos domingos são, em tese, momentos de
comunhão. Às vezes prenunciam
confusão. Uma grande ceia que
foi cenário de terríveis previsões
foi retratada em "A Paixão de
Cristo", onde o diretor Mel Gibson, tão zeloso com a pancadaria
de mau gosto quanto com a reconstituição de época, cochilou
retratando a ceia numa mesa como as atuais (quando naquela
época comia-se sentado no chão).
Embora de menor coturno, dissabores podem também acontecer aos domingos nos restaurantes de hoje. É quando mais gente
recebem. Não são majoritariamente casais (como nas noites de
sexta), nem trabalhadores (como
nos almoços de semana); são eles
mesmos, mas travestidos em outro papel -o de pais, filhos, noras-, além de crianças.
As mesas enormes que se formam podem sediar grande estresse, no lugar de pacífica comunhão. Se o motivo for intrínseco
aos comensais (famílias são poderosos dínamos de brigas), nada se
pode fazer. Mas a causa do desconforto pode ser externa: a má
escolha do restaurante. Aqui a dor
de cabeça pode ser evitada.
Nem todo restaurante é bom
para qualquer ocasião. Um lugar
ideal para um almoço de negócios
pode ser desastroso para namorar. Uma ampla reunião de família, com muita gente (e de várias
gerações), requer a escolha adequada de onde comer.
A começar pela comida. O cardápio deve ser ecumênico, agradar ao máximo de pessoas. Como
a cozinha italiana: ela está em locais históricos como o tradicional
Gigetto, com seus pratos de cantina, também presentes em casas
informais como o Don Carlini e o
Buttina; ou tem ares de alta cozinha, como o Massimo (o mais informal dos três-estrelas).
O Arábia também representa
uma especialidade que inclui as
esfihas e os quibes -de que dificilmente alguém desgosta. Já o
Fogo de Chão (rodízio de carnes)
e o Baby Beef Rubaiyat servem o
universal churrasco (e podem
agradar até vegetarianos, que se
servem de boas mesas de saladas).
Mas não basta a comida. Se há
crianças na família, é bom pensar
no espaço para que elas se movimentem enquanto os adultos se
entopem calmamente de caipirinha. Espaço é o que não falta no
Buttina (com seu quintal de jabuticabeiras), na Casa da Fazenda
do Morumbi (com seus amplos e
antigos jardins), ou no Charlô do
Jockey Club, com uma área onde
as crianças podem ver de perto a
passagem dos cavalos.
Lugares com atendimento rápido também ajudam, já que domingo o serviço costuma ser sofrível. Pode ser mais fácil servir-se
naqueles que oferecem rodízio
(como o Fogo de Chão, o melhor
da cidade) ou bufês: no Rubaiyat,
ele tem grelhados, peixes e pratos
espanhóis; no O Compadre, comida paulista e brasileira. Se o
restaurante ficar num local especialmente bonito (como o Charlô
e a Casa da Fazenda), transforma
o encontro de família num passeio agradável e relaxante. E, se o
restaurante for barato, então, pode ser um alívio para o chefe de família que banca tudo.
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