São Paulo, domingo, 04 de agosto de 2002

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Casas que apostam no estilo com shows e DJs reanimam a cena

Sampa Rock

DIEGO ASSIS
DA REDAÇÃO

No final dos anos 90, com o crescimento da cultura clubber na cidade, houve quem chamasse São Paulo de "a capital mundial do drum'n'bass". Ainda que o sucesso dos DJs Marky, Patife e cia. esteja longe de evaporar, a verdade é que, aos poucos, os paulistanos vêm buscando novas opções de lazer no circuito musical.
A domingueira Grind, da badalada casa GLS A Lôca, tem levado cerca de mil pessoas, todas as semanas, para dançar ao som de pop e rock alternativo, comandado pelo promoter e DJ André Pomba, 38 anos. "Quando começamos, há quatro anos, tínhamos uma média de 150 pessoas. Hoje estamos conseguindo provar que o domingo não é um dia morto", comemora Pomba.
Por causa do aniversário de Madonna, a programação de agosto da Grind dividirá espaço com mini-especiais semanais da diva do pop. "Nosso lema é a diversidade sexual e musical", diz o promoter. Outra novidade é que o projeto, que antes ia só até a meia-noite, agora passa a contar com um after-hours que se estende até as 5h da manhã de segunda.
Com menos tempo de vida, o Juke Joint, de Flávio Vajman, 33, também tem atraído um bom público para os seus projetos de indie rock, que acontecem de quinta a domingo.
Além de discotecagem, a casa abre espaço para apresentações de bandas do cenário independente, como os curitibanos do Suite Minimal, que tocam lá hoje à noite, logo após a matinê de música eletrônica underground Rebordose Eletrônica.
"Nosso foco é mais o rock alternativo, mas nada impede de abrir cada vez mais o leque de opções. Em São Paulo é complicado seguir uma linha só", opina Vajman, que, há pouco mais de um ano, apostava todas as suas fichas no blues tradicional. "Hoje sou criticado pelos meus antigos amigos por ouvir [o nada ortodoxo" Jon Spencer Blues Explosion."
Outras opções nessa praia incluem o bar Orbital, que tem shows de rock todos os sábados, na noite do DJ Tchello; o Rabo de Saia, com os projetos de Alexandre Bispo (quintas) e Wagner (domingos); e, finalmente, o Matrix, velho conhecido dos roqueiros da Vila Madalena.

Clássicos
E, por falar em tradicionalismo, a cidade continua oferecendo boas alternativas para os fãs de "dinossauros do rock", como Led Zeppelin, Rolling Stones, Deep Purple, entre outros.
O bar e restaurante Little Darling, em Moema, promove às sextas e sábados um revival ao vivo dos sucessos das décadas de 60 e 70. Um espetáculo à parte acontece toda vez que um cliente pede o drink V-8 (R$ 7): enquanto a garçonete traz a bebida em uma bandeja pegando fogo, os músicos interrompem o show para executar uma típica vinheta de rockabilly. Aos domingos, a casa -que é também rock'n'roll na decoração- funciona apenas para eventos fechados.
Uma boa pedida nesse dia, entretanto, é a nova domingueira do Rock Hole, no Jardins, com show da banda The Rockers, além de uma jam session comandada por Johnny Boy e que recebe hoje o roqueiro Marcelo Nova. O projeto semanal, que acontece à tarde, conta ainda com uma exposição do fã-clube de Raul Seixas.

Punks
Conhecido estabelecimento do circuito punk/hardcore de São Paulo, o Hangar 110 também aposta nos finais de semana para realizar festivais com bandas ao vivo. Hoje, há o encerramento do festival Las Senõritas, que leva ao palco do Hangar, a partir das 17h30, as bandas de garotas Go Hopey, Hats, Cristhalina, Under Construction e Sly.
Para os roqueiros do ABC paulista, a Volkana, de São Bernardo do Campo, realiza todos os domingos um festival de hardcore, com as principais bandas do movimento. Lambrusco Kids e Wonderboys são as atrações de hoje, na casa.



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