São Paulo, sábado, 04 de agosto de 2007 |
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história Estudiosa crê em novo olhar para homens públicos DA REPORTAGEM LOCAL
Para a historiadora Isabel
Lustosa, da Casa de Rui Barbosa e autora da biografia "D.
Pedro 1º" (Companhia das
Letras), a efeméride dos 200
anos da chegada da corte deve servir de mote para discussões menos maniqueístas
sobre a história do Brasil, e
ainda ajudar a avaliar a atual
democracia.
(SC)
FOLHA - Duas correntes historiográficas principais se enfrentam com relação à vinda da corte. Uma sugere que a independência se daria de qualquer forma, por fazer parte da diluição do Antigo Regime; outra, que o episódio e a atuação de seus membros é de importância capital. Há uma explicação que comporte ambas? ISABEL LUSTOSA - Toda especulação sobre o que teria sido me parece ociosa. A história avança ao sabor de muitos elementos e o acaso joga um papel importante. O fato é que o processo brasileiro foi muito diferente do vivido pelas colônias espanholas e isso se deveu à vinda da corte. Que a independência se faria de qualquer maneira não é certo. Se dependesse de alguns brasileiros ilustres, como José Bonifácio e Hipólito da Costa não teria se feito. O projeto deles era que o Brasil passasse a ser a sede de um grande império português. Quanto à dissolução do Antigo Regime, um homem como d. João se adaptaria bem em qualquer regime, desde que continuasse rei. E o sistema pós-revolucionário achou uma fórmula confortável num modelo da monarquia constitucional que lhe caía bem. D. Pedro 1º cresceu nesse sistema e por isso pôde fazer a constituição de 1824 e garantir para o filho, mais pacato, um reinado de quase 50 anos. FOLHA - Que nova interpretação
pode surgir nessa efeméride?
FOLHA - Por que os estereótipos
dos personagens da família real
são tão fortes?
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