São Paulo, quinta-feira, 04 de agosto de 2011

Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

Angela Hewitt toca 'Variações Goldberg'

Pianista canadense faz recital solo no domingo com obra-prima de Bach e toca a partir de hoje com a Osesp

Repertório reflete carreira fonográfica atual, com trabalho regido pelo maestro finlandês Hannu Lintu

Rex Features
A pianista canadense Angela Hewitt, que se apresenta na Sala São Paulo até domingo

IRINEU FRANCO PERPETUO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Uma das maiores especialistas da atualidade na interpretação de Johann Sebastian Bach (1685-1750) ao piano, a canadense Angela Hewitt, 53, dá recital solo no domingo, na Sala São Paulo.
No programa, as "Variações Goldberg", obra-prima bachiana de 70 minutos de duração. "É a obra que escolho quando vou me apresentar em um país pela primeira vez", explica. "Trata-se de uma peça tocante, que representa muito da minha vida e da minha carreira."
Tendo iniciado os estudos de piano aos três anos de idade, com a mãe, e feito a primeira apresentação pública aos quatro, Hewitt também aprendeu violino, flauta doce e balé.
Tocou as "Variações Goldberg" pela primeira vez aos 16 anos, na Christ Church Cathedral, em Ottawa (Canadá), onde seu pai foi organista por quase meio século.
"Muita coisa que a gente toca cedo acaba abandonando mais tarde ou, pelo menos, passa uns bons anos sem mexer. Mas as 'Goldberg' estão comigo sempre", conta.
"Isso não quer dizer que eu as toque no 'piloto automático' -algo que procuro não fazer nunca", afirma a pianista. "Minha interpretação mudou ao longo desse tempo todo, e o cérebro tem de estar sempre alerta."
Outros desafios para executar as 30 variações sobre uma ária que Bach publicou em 1741 são fôlego e concentração. "Algumas das variações mais difíceis estão no final, então você tem de dosar o ritmo, como um atleta", compara Hewitt, que vem gravando com regularidade pelo selo britânico Hyperion.
De hoje a sábado, ela é acompanhada pela Osesp na execução da "Introdução e Allegro Concertante", de Schumann, e do "Concerto para piano no 27", de Mozart.
Com regência do finlandês Hannu Lintu, o programa é complementado ainda pela "Sinfonia no 6 - Pastoral", de Beethoven.
São escolhas que refletem sua carreira fonográfica recente. Com uma gama de interesses que transcende amplamente Bach e o século 18, Hewitt grava na semana que vem as obras de Schumann para piano e orquestra com a Deutsches Symphonie Orchester, de Berlim.
Ela também está empenhada no registro integral dos concertos para piano e orquestra de Mozart. Em ambos os projetos, o regente é o mesmo que a acompanha na Sala São Paulo -Hannu Lintu.
Hoje, às 10h, eles ainda fazem um ensaio aberto na própria Sala São Paulo, com ingressos a R$ 10.

ANGELA HEWITT
QUANDO hoje e amanhã, às 21h; sáb., às 16h30 (com Osesp); e dom., às 17h (recital solo)
ONDE Sala São Paulo (pça. Júlio Prestes, s/nº, tel. 3223-3966)
QUANTO de R$ 24 a R$ 135 (hoje a sáb.); R$ 49 e R$ 56 (dom.)
CLASSIFICAÇÃO 7 anos


Próximo Texto: Poesia marginal de Roberto Piva ganha forma de dança
Índice | Comunicar Erros



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.