São Paulo, terça-feira, 04 de setembro de 2007

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"Esvaziamento" ecoa Sartre ao narrar crises

VALMIR SANTOS
DA REPORTAGEM LOCAL

Chamado à epígrafe de "Esvaziamento", peça de Beatriz Carolina Gonçalves, Jean-Paul Sartre (1905-80) tem suas palavras expressas no cerne do texto que estréia hoje no Espaço dos Satyros Um, em encenação de Luiz Valcazaras.
Como o filósofo existencialista francês põe na boca de um dos seus personagens, em "A Náusea", o homem é sempre um narrador de histórias, suas e alheias. "Mas é preciso escolher: viver ou contar", diz uma das duas moças de "Esvaziamento", eco sartreano assumido por Gonçalves.
Márcia e Cris se têm por melhores amigas desde tempos do colégio, início dos anos 1980. João e Pedro, nesta ordem, viram a relação do avesso.
A trajetória de dois casais expõe, de maneira não-conclusiva, nas palavras da autora, "a precariedade das relações afetivas na família e entre amigos e amantes".
Ódio, amor, medo e desejo são embaralhados em cenas que vão e vêm, em flashbacks. A direção de Valcazaras quer escapar à linguagem realista nesse jogo de seres e situações despidos de sentido. Os intérpretes do espetáculo são Keila Taschini, Marcelo Galdino, Paulo Coronato e Zeza Mota.
Em 2003, "Esvaziamento" abriu o projeto de leituras "New Plays from Brazil" no Royal Court Theatre, centro londrino de incentivo a autores. Gonçalves é vinculada ao grupo de pesquisa Dramáticas em Cena, surgido há dois anos em São Paulo, ao lado de Cláudia Vasconcellos, Marici Salomão e Vera de Sá.


ESVAZIAMENTO
Quando:
estréia hoje, às 21h; ter. e qua., às 21h. Até 17/10
Onde: Espaço dos Satyros Um (pça. Franklin Roosevelt, 214, tel. 0/xx/11/ 3258-6345)
Quanto: R$ 20


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