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"Esvaziamento" ecoa Sartre ao narrar crises
VALMIR SANTOS
DA REPORTAGEM LOCAL
Chamado à epígrafe de "Esvaziamento", peça de Beatriz
Carolina Gonçalves, Jean-Paul
Sartre (1905-80) tem suas palavras expressas no cerne do texto que estréia hoje no Espaço
dos Satyros Um, em encenação
de Luiz Valcazaras.
Como o filósofo existencialista francês põe na boca de um
dos seus personagens, em "A
Náusea", o homem é sempre
um narrador de histórias, suas
e alheias. "Mas é preciso escolher: viver ou contar", diz uma
das duas moças de "Esvaziamento", eco sartreano assumido por Gonçalves.
Márcia e Cris se têm por melhores amigas desde tempos do
colégio, início dos anos 1980.
João e Pedro, nesta ordem, viram a relação do avesso.
A trajetória de dois casais expõe, de maneira não-conclusiva, nas palavras da autora, "a
precariedade das relações afetivas na família e entre amigos e
amantes".
Ódio, amor, medo e desejo
são embaralhados em cenas
que vão e vêm, em flashbacks. A
direção de Valcazaras quer escapar à linguagem realista nesse jogo de seres e situações despidos de sentido. Os intérpretes do espetáculo são Keila Taschini, Marcelo Galdino, Paulo
Coronato e Zeza Mota.
Em 2003, "Esvaziamento"
abriu o projeto de leituras
"New Plays from Brazil" no Royal Court Theatre, centro londrino de incentivo a autores.
Gonçalves é vinculada ao grupo
de pesquisa Dramáticas em Cena, surgido há dois anos em São
Paulo, ao lado de Cláudia Vasconcellos, Marici Salomão e
Vera de Sá.
ESVAZIAMENTO
Quando: estréia hoje, às 21h; ter. e
qua., às 21h. Até 17/10
Onde: Espaço dos Satyros Um (pça.
Franklin Roosevelt, 214, tel. 0/xx/11/
3258-6345)
Quanto: R$ 20
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