São Paulo, quinta-feira, 04 de outubro de 2001

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ERUDITO

Obra de Beethoven é destaque na programação

Ópera de Stravinski ganha versão de concerto este mês na Osesp

JOÃO BATISTA NATALI
DA REPORTAGEM LOCAL

Em seus dois únicos programas de outubro, a Osesp (Orquestra Sinfônica do Estado) traz hoje e sábado, como solista, o pianista alemão Gerhard Oppitz, um dos grandes intérpretes de Beethoven de sua geração, e, nos dias 12, 13 e 15, faz em versão de concerto a ópera "The Rake's Progress", uma preciosidade de Stravinski.
Oppitz, 48, que se apresentou em São Paulo com a mesma Osesp, no ano passado, interpretará desta vez o quinto e último dos concertos que Beethoven escreveu para o instrumento. Cognominado "O Imperador", o mais popular do compositor.
O programa, sob a regência do maestro convidado Celso Antunes, trará na primeira parte duas obras de Bela Bartok (1881-1945): "Música para Cordas, Percussão e Celesta" e "Cenas Húngaras".
Mas vejamos a ópera de Igor Stravinski (1882-1971), que terá a regência de John Neschling, titular da orquestra, e começará às 20h30 -e não às 21h, como de hábito- nas récitas de sexta-feira, dia 12, e de segunda, dia 15.
"The Rake's Progress", ou o caminho do libertino, numa tradução aproximada, estreou em 1951 e integra, na obra de Stravinski, o período em que as harmonias clássica e barroca foram suas referências musicais predominantes.
É uma ópera em três atos, que não traz as inovações de juventude, presentes em "A Sagração da Primavera" (1911), e precede o serialismo do final de sua vida, como em "Canticum Sacrum" ou "In Memoriam Dylan Thomas".
A obra baseia-se em gravuras do britânico William Hogarth, do século 18, e tem o libreto, em inglês, assinado pelo poeta Wystan Hugh Auden (1907-1973).
No enredo, Tom Rackewell, personagem central, recebe e perde duas fortunas no jogo e nos bordéis e termina num hospital psiquiátrico. Aventura em que há muita devassidão, um casamento desfeito e uma mulher barbada.
Além do Coro de Câmara da Osesp, participam do concerto Carlos Eduardo Marcos (baixo), a inglesa Lynne Dawson (soprano), Fernando Portari e Marcos Thadeu (tenores), o gaulês Phillip Joll (barítono), Luciana Bueno e Hillary Summers (meios-sopranos).


ORQUESTRA SINFÔNICA DO ESTADO DE SÃO PAULO - programa com obras de Beethoven, Bartok e Stravinski. Onde: Sala São Paulo (pça. Júlio Prestes s/nš, tel. 3337-5414). Quando: hoje, às 21h, e sáb., às 16h30 (solista Gerhard Oppitz); dias 12 e 15, às 20h30, e dia 13, às 16h30 ("The Rake's Progress", de Stravinski). Quanto: de R$ 10 a R$ 30.



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