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MÚSICA
Compositor apresenta hoje e na próxima quinta, no Blen Blen, as duas produções de seu último disco, "Blues 55"
Péricles Cavalcanti faz show dois-em-um
MARCO AURÉLIO CANÔNICO
DA REDAÇÃO
O cantor e compositor Péricles
Cavalcanti, 57, já quis ser hippie,
tropicalista, concretista e Cássia
Eller. Atualmente, quer ser "lo-fi"
com o show de lançamento de seu
último álbum, "Blues 55", que leva para o palco do Blen Blen hoje e
na próxima quinta (11/11), às 22h.
Esse carioca do Méier, criado
em São Paulo, de sotaque nordestino graças a seus pais (um pernambucano e uma baiana), é
pouco conhecido do grande público como cantor, mas já teve
suas composições gravadas por
Adriana Calcanhotto (como "Medo de Amar nº 3" e "Dançando",
que estão no último disco do
compositor), Arnaldo Antunes
(como "Eva e Eu" e "Quase Tudo", compostas com Antunes),
Caetano Veloso (como "Blues",
que dá título a parte do último
disco de Cavalcanti) e Cássia Eller
(a homenagem "Eu Queria Ser
Cássia Eller").
"Blues 55", o último trabalho de
Cavalcanti, apesar de reunido em
um único CD, abriga duas produções: "Blues" é mais cru, mais
acústico, gravado ao vivo em três
dias, com violão e guitarra de Cavalcanti, teclados e percussão eletrônica de Lincoln Antônio e metais a cargo de Cláudio Faria.
"55" é mais experimental, gravado ao longo de seis meses, influenciado pelo encontro do compositor com o maestro greco-húngaro Sandòr Kavallis, com
quem dividiu a produção. Tem
exercícios instrumentais como
"Ivesswing" e "Ivesswing Plus",
inspirados por um texto do compositor norte-americano Charles
Ives sobre harmonias paralelas.
No show que apresenta no Blen
Blen (e também no Mistura Fina,
no Rio, dia 14/11, e em Campinas,
no dia 7/12), Cavalcanti junta os
músicos da parte "Blues" mais
seu filho Leo Cavalcanti, que participou da parte "55", para executar músicas dos dois projetos, fazendo um show que, como o CD,
será dois-em-um.
"O show é uma terceira produção, um pouco diferente do disco.
Algumas faixas que são só eletrônicas em "55", por exemplo, no
show ganham participação dos
instrumentos dos outros músicos", explica Cavalcanti.
Se o disco tem duas partes bastante distintas, no show a ordem
das canções não segue o mesmo
esquema. Há inclusive um set de
blues (de verdade, já que a parte
"Blues" do disco, malgrado o nome, não tem nenhuma música do
gênero) no meio, no qual o músico e seu filho tocam cinco músicas
com violão e percussão, dentre
elas "Blues da Passagem" (gravada anteriormente com Lulu Santos), "Minha Vanguarda" e "Never Say Never".
PÉRICLES CAVALCANTI. Onde: Blen
Blen (r. Inácio Pereira da Rocha, 520,
Pinheiros, tel. 3815-4999). Quando: hoje
e dia 11/11, às 22h. Quanto: R$ 20.
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