São Paulo, quinta-feira, 04 de novembro de 2004

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MÚSICA

Compositor apresenta hoje e na próxima quinta, no Blen Blen, as duas produções de seu último disco, "Blues 55"

Péricles Cavalcanti faz show dois-em-um

MARCO AURÉLIO CANÔNICO
DA REDAÇÃO

O cantor e compositor Péricles Cavalcanti, 57, já quis ser hippie, tropicalista, concretista e Cássia Eller. Atualmente, quer ser "lo-fi" com o show de lançamento de seu último álbum, "Blues 55", que leva para o palco do Blen Blen hoje e na próxima quinta (11/11), às 22h.
Esse carioca do Méier, criado em São Paulo, de sotaque nordestino graças a seus pais (um pernambucano e uma baiana), é pouco conhecido do grande público como cantor, mas já teve suas composições gravadas por Adriana Calcanhotto (como "Medo de Amar nº 3" e "Dançando", que estão no último disco do compositor), Arnaldo Antunes (como "Eva e Eu" e "Quase Tudo", compostas com Antunes), Caetano Veloso (como "Blues", que dá título a parte do último disco de Cavalcanti) e Cássia Eller (a homenagem "Eu Queria Ser Cássia Eller").
"Blues 55", o último trabalho de Cavalcanti, apesar de reunido em um único CD, abriga duas produções: "Blues" é mais cru, mais acústico, gravado ao vivo em três dias, com violão e guitarra de Cavalcanti, teclados e percussão eletrônica de Lincoln Antônio e metais a cargo de Cláudio Faria.
"55" é mais experimental, gravado ao longo de seis meses, influenciado pelo encontro do compositor com o maestro greco-húngaro Sandòr Kavallis, com quem dividiu a produção. Tem exercícios instrumentais como "Ivesswing" e "Ivesswing Plus", inspirados por um texto do compositor norte-americano Charles Ives sobre harmonias paralelas.
No show que apresenta no Blen Blen (e também no Mistura Fina, no Rio, dia 14/11, e em Campinas, no dia 7/12), Cavalcanti junta os músicos da parte "Blues" mais seu filho Leo Cavalcanti, que participou da parte "55", para executar músicas dos dois projetos, fazendo um show que, como o CD, será dois-em-um.
"O show é uma terceira produção, um pouco diferente do disco. Algumas faixas que são só eletrônicas em "55", por exemplo, no show ganham participação dos instrumentos dos outros músicos", explica Cavalcanti.
Se o disco tem duas partes bastante distintas, no show a ordem das canções não segue o mesmo esquema. Há inclusive um set de blues (de verdade, já que a parte "Blues" do disco, malgrado o nome, não tem nenhuma música do gênero) no meio, no qual o músico e seu filho tocam cinco músicas com violão e percussão, dentre elas "Blues da Passagem" (gravada anteriormente com Lulu Santos), "Minha Vanguarda" e "Never Say Never".


PÉRICLES CAVALCANTI. Onde: Blen Blen (r. Inácio Pereira da Rocha, 520, Pinheiros, tel. 3815-4999). Quando: hoje e dia 11/11, às 22h. Quanto: R$ 20.


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