São Paulo, quinta-feira, 05 de fevereiro de 2009

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Crítica/"Noivas em Guerra"

Comédia sobre casamento aprofunda estereótipo de mulheres histéricas

BRUNO YUTAKA SAITO
DA REPORTAGEM LOCAL

O casamento é uma instituição falida, sugerem algumas estatísticas mais pessimistas. E é, também, tema recorrente para o cinema atual, como indica a comédia "Noivas em Guerra", que estreia amanhã.
Ao lado de sucessos como "Sex and the City - O Filme" e "Mamma Mia!", o longa de Gary Winick (do tolo mas simpático "De Repente 30") vê a cerimônia de casamento como evento frágil, sujeito a trapaças de última hora do destino.
Na trama, Anne Hathaway e Kate Hudson são as melhores amigas de infância e, desde a tenra idade, só têm um objetivo em mente: casar-se no luxuoso Plaza Hotel, em Nova York.
Mas não se trata de um filme sobre duas lésbicas (apesar de mentes mais maliciosas poderem fazer essa leitura), já que ambas têm namorado.
O conflito se instala quando descobrem que, por um erro, os casamentos estão marcados para o mesmo dia. Mas por que, então, não fazer um evento duplo, como sugere um dos noivos? Porque, obviamente, não haveria filme dessa maneira.
O riso, então, deveria se instaurar a partir das artimanhas que as agora ex-melhores amigas armam uma contra a outra. Na prática, vemos duas atrizes sem timing cômico na tela e fracas gags visuais.
O que se anuncia como "filme de mulherzinha" na superfície esconde uma visão um tanto machista, que insiste no estereótipo das mulheres histéricas e vazias que veem o casamento como um fim em si, e não como um rito de passagem.
Para quem compartilha da visão do filme, ou então se satisfaz com desfiles de vestidos deslumbrantes, belos atores e cenários luxuosos de uma NY de conto de fadas, "Noivas em Guerra" cumpre bem a função.


NOIVAS EM GUERRA
Direção:
Gary Winick
Produção: EUA, 2009
Com: Anne Hathaway, Kate Hudson
Onde: a partir de amanhã no Frei Caneca Unibanco Arteplex e circuito
Classificação: não indicado a menores de 10 anos
Avaliação: ruim



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