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"Pais" do drum'n'bass tocam no Skol Beats
A dupla de DJs ingleses Fabio e Grooverider toca hoje, na segunda noite do festival, na concorrida tenda dedicada ao ritmo
Em entrevista à Folha, DJs falam sobre a cobrança que os críticos fazem em relação
à evolução do drum'n'bass: "eles nunca vão entender"
Divulgação
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O DJ inglês Fabio, que toca com Grooverider |
ADRIANA FERREIRA SILVA
DA REPORTAGEM LOCAL
O ano que passou representou a retomada do drum'n'bass
em São Paulo. Depois de uma
"crise" que culminou com o fim
da festa de DJ Marky no clube
Lov.e, em 2005, o estilo voltou
com força total, ocupando pistas de diversas casas.
O próprio Marky retomou
sua "Vibe", às quintas, no mesmo Lov.e e, para coroar esse
bom momento, a tenda dedicada ao ritmo no festival Skol
Beats - uma das mais concorridas- traz hoje a clássica discotecagem da dupla de DJs ingleses Fabio e Grooverider, os
"pais" do drum'n'bass (ou d+b).
Diante da pergunta sobre um
possível esgotamento do d+b,
acentuado, principalmente, pela mistura com o samba e a bossa nova feita por brasileiros como Patife e Marky, Fabio afirma: "A coisa engraçada sobre os
críticos é que eles querem que o
estilo tenha um progresso. Não
se trata disso. Eles nunca vão
entender o d+b".
Para o DJ, "o que o Marky fez
foi OK, mas o d+b existe muito
antes disso. É uma música feita
com algumas regras. Não precisamos de vocais. São ritmos
africanos, de bateria, baixo". E
completa: "O próprio Marky, se
você ouvi-lo agora, verá que ele
está tocando simplesmente
d+b."
Criadores
Fabio e Grooverider estão
envolvidos na gênese dessa vertente da música eletrônica desde o final dos anos 80, quando a
forjaram experimentando misturas de tecno, breakbeat, hip
hop, reggae e outros, em rádios
piratas e nas noites semanais
do clube Rage. "Começamos tocando house nos anos 80 e o
d+b simplesmente aconteceu",
lembra Fabio. "O melhor é que
essa é uma música que combina com reggae, jazz, funk e, agora, temos até o rock envolvido.
Ao mesmo tempo, é um estilo
que não copia nenhum outro."
Além de participações em
festivais, Fabio e Grooverider
mantêm também um programa semanal de drum'n'bass na
BBC Radio 1, aos sábados, no
qual tocam novidades de artistas como o grupo Pendulum,
um dos preferidos de Fabio.
"Eles estão fazendo coisas muito boas. Abrindo as portas para
o d+b novamente", diz ele.
Mesmo juntos há tanto tempo, Fabio conta que cada um
impõe uma atmosfera diferente ao set. "Minhas faixas são um
pouco mais funky e, as de Grooverider, mais pesadas. É uma
coisa muito natural para nós
discotecarmos."
Se Fabio funcionar com o
parceiro como é sozinho, o público pode esperar uma grande
apresentação. Em 2000, quando participou pela primeira vez
do Skol Beats, o DJ fez um set
memorável.
Ela ocorreu na primeira edição do festival, ainda no Autódromo de Interlagos, e a tenda
de d+b estava fervendo de clubbers pulando exaltados, enquanto Fabio cedia a vez para
Marky, sob aplausos da pista de
dança e de outros DJs.
SKOL BEATS - 2º DIA
Quando: a partir das 18h (Fabio e Grooverider a partir das 5h)
Onde: Tenda DJ Marky & Friends, no
espaço Skol Beats (av. Olavo Fontoura, 1.209, Santana, próximo ao
complexo Anhembi)
Quanto: R$ 140
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