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Sons dialogam com a tela silenciosa
Intervenções musicais dão vida a filmes mudos na segunda edição do Cinetrilhas, no Sesc Consolação
DA REPORTAGEM LOCAL
Nos primórdios do cinema, o
comediante Buster Keaton não
precisava dar um pio sequer para fazer a platéia vir abaixo. As
animações pioneiras da alemã
Lotte Reiniger, calcadas em jogos de sombras, também transcorriam num silêncio absoluto.
Até que, alguns meses atrás, a
organização do Cinetrilhas resolveu lançar um desafio a quatro grupos: criar intervenções
musicais e efeitos sonoros que
dialogassem com esses e outros
filmes mudos. Na segunda edição do evento, que acontece de
hoje a quinta, no Sesc Consolação, o Frame Circus, que iniciou o projeto em 2007, divide a
tarefa com Dimos Goudaroulis
& Edu Contrera, o coletivo Gargântua e com Gilberto Mauro &
Ricardo Garcia (veja a programação em www.sescsp.org.br) .
Além dos títulos de Keaton e
Reiniger, comparecem produções de Humberto Mauro (quatro filmes de sua primeira fase)
e Thomas Edison (sim, o sujeito que inventou a lâmpada). É
deste último "Anabelle Dances
and Dances" (1895), um dos
seis curtas-metragens musicados pelo Frame Circus, formado por Paulo Beto, Maurício
Fleury (guitarras, teclados e
sintetizadores) e Tatá Aeroplano (brinquedos e vocalises).
"Assistimos a uma caixa de
DVDs com uns 50 curtas das
décadas de 1900 a 1950, pré-selecionamos 15 e, depois, fechamos nos seis", conta Tatá, sobre
a curadoria feita pelo grupo.
Para a performance, que intercala "momentos de canção, outros mais "freaks'", ele promete
intervenções com harpa de boca, kazu (instrumento de sopro) e cavaquinho. Mas sem
chamar excessivamente a atenção para a partitura. "O lance é
deixar as pessoas vendo o filme
e viajando."
(LUCAS NEVES)
CINETRILHAS
Quando: de hoje a quinta (8/5), sempre às 19h30
Onde: hall de convivência do Sesc Consolação (r. Dr. Vila Nova, 245, tel. 3234-3000)
Quanto: entrada franca
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