São Paulo, quarta-feira, 05 de maio de 2010

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Crítica/ "Versões do Modernismo"

Coleção histórica é tema de exposição pouco ousada

FABIO CYPRIANO
DA REPORTAGEM LOCAL

Frágil, se comparado a outros países, o colecionismo brasileiro costuma ter pouca exposição. O problema é que, diante das dificuldades institucionais dos museus nacionais, grande parte das obras importantes escoa para coleções privadas, muitas delas estrangeiras. É só se lembrar do paradigmático caso da coleção Adolfo Leirner, adquirida pelo museu de Belas Artes de Houston, nos EUA.
Por tudo isso, ganha relevância a iniciativa do Instituto de Arte Contemporânea (IAC) em iniciar uma série de seis exposições com obras de coleções brasileiras, a começar pela mostra em cartaz, "Versões do Modernismo", da coleção Tuiuiu, de Luciana e Luís Antonio de Almeida Braga.
Constituída por algumas obras fundamentais na história da arte brasileira, como "Cubocor" (1960), de Aluísio Carvão, o "Cubo Vazado" (1951), de Franz Weissmann, ou mesmo um dos mais incríveis "Bólides", de Hélio Oiticica, a coleção Tuiuiu é vista, no IAC, em cerca de 40 obras, com curadoria de Tiago Mesquita.
No entanto, o curador optou por uma disposição extremamente tradicional, ocupando a primeira sala com obras do modernismo brasileiro até meados dos anos 50, como "Cartão Postal" (1929), de Tarsila do Amaral, e na sala ao lado, trabalhos que deram o passo para produção contemporânea, como um "Bicho" (c. 1960), de Lygia Clark. Um acervo tão rico exige um olhar mais ousado.
Em 2003, quando o Centro Cultural Banco do Brasil exibiu a coleção Fadel, Paulo Herkenhoff, o curador da mostra, produziu algumas polêmicas contundentes. "Versões do Modernismo", com seu caráter tímido, reúne ótimas obras, sem nada agregar a elas.


VERSÕES DO MODERNISMO COLEÇÃO TUIUIU

Onde: Instituto de Arte Contemporânea (rua Maria Antonia, 242, SP, tel. 3255-2009)
Quando: ter. a sáb, das 10h às 18h; dom., das 12h às 17h; até 4/7
Quanto: grátis
Cotação: regular




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