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Crítica/ "Versões do Modernismo"
Coleção histórica é tema de exposição pouco ousada
FABIO CYPRIANO
DA REPORTAGEM LOCAL
Frágil, se comparado a
outros países, o colecionismo brasileiro costuma ter pouca exposição. O problema é que, diante das dificuldades institucionais dos museus nacionais, grande parte
das obras importantes escoa
para coleções privadas, muitas
delas estrangeiras. É só se lembrar do paradigmático caso da
coleção Adolfo Leirner, adquirida pelo museu de Belas Artes
de Houston, nos EUA.
Por tudo isso, ganha relevância a iniciativa do Instituto de
Arte Contemporânea (IAC) em
iniciar uma série de seis exposições com obras de coleções brasileiras, a começar pela mostra
em cartaz, "Versões do Modernismo", da coleção Tuiuiu, de
Luciana e Luís Antonio de Almeida Braga.
Constituída por algumas
obras fundamentais na história
da arte brasileira, como "Cubocor" (1960), de Aluísio Carvão,
o "Cubo Vazado" (1951), de
Franz Weissmann, ou mesmo
um dos mais incríveis "Bólides", de Hélio Oiticica, a coleção Tuiuiu é vista, no IAC, em
cerca de 40 obras, com curadoria de Tiago Mesquita.
No entanto, o curador optou
por uma disposição extremamente tradicional, ocupando a
primeira sala com obras do modernismo brasileiro até meados dos anos 50, como "Cartão
Postal" (1929), de Tarsila do
Amaral, e na sala ao lado, trabalhos que deram o passo para
produção contemporânea, como um "Bicho" (c. 1960), de
Lygia Clark. Um acervo tão rico
exige um olhar mais ousado.
Em 2003, quando o Centro
Cultural Banco do Brasil exibiu
a coleção Fadel, Paulo Herkenhoff, o curador da mostra,
produziu algumas polêmicas
contundentes. "Versões do
Modernismo", com seu caráter
tímido, reúne ótimas obras,
sem nada agregar a elas.
VERSÕES DO MODERNISMO
COLEÇÃO TUIUIU
Onde: Instituto de Arte Contemporânea (rua Maria Antonia, 242, SP,
tel. 3255-2009)
Quando: ter. a sáb, das 10h às 18h;
dom., das 12h às 17h; até 4/7
Quanto: grátis
Cotação: regular
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