São Paulo, quarta-feira, 05 de julho de 2006

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Festa Cio celebra nove anos com som de Mau Mau

Balada que fez história no antigo Stereo combinando hits da década de 80 e electro se reinventa para manter público

Glaucia ++ promove a noite que já passou por clubes como Ego Trip e Glitter, mas atingiu o ápice no início desta década, n'A Torre


João Sal/Folha Imagem
A promoter Glaucia ++ no clube D-Edge, onde a festa acontece sempre às quartas-feiras


ADRIANA FERREIRA SILVA
DA REPORTAGEM LOCAL

No ano 2000, todo clubber que tinha orgulho de ostentar esse título perdia pelo menos duas horas de suas madrugadas de quarta-feira plantado na fila do antigo Stereo, hoje D-Edge, onde aconteciam as festas Cio 80's. Na época, a moda electro ainda engatinhava em São Paulo e a noite da promoter Glaucia ++ "hypava" o estilo, colaborando para que, com o revival dos hits da década de 1980, ele se tornasse a principal moda paulistana do início deste século.
Muitas noitadas depois, os anos 80 viraram uma praga, o electro já não causa mais frisson, mas a Cio -agora sem o 80's- continua firme e forte e comemora nove anos nesta data, com uma festa que reúne os DJs residentes Oscar Bueno e Magal, além de Mau Mau.
"Tudo mudou", afirma Glaucia, 33. "Até 2003, só tocava anos 80. Quando o Magal entrou, introduziu synthpop, electrorock, bootlegs. A base do som ainda é o electro e, no meio do set, tem uma ou outra coisa de 80", explica Glaucia.
O principal motivo disso é a quantidade de baladas inspiradas na Cio, dedicadas aos sucessos do passado. "Os anos 80 são uma década. Um tipo de música limitada, vai começando a estagnar", acredita ela.

Festinha para amigos
Figura conhecida, Glaucia ++ estreou na noite como barwoman do clube Sra. Krawitz, onde fez fama por seus gritinhos atrás do balcão e por inventar drinques como o Bolacha no Cio. De lá, foi trabalhar no extinto The Cube, na Consolação, onde decidiu fazer da Cio 80's uma festa para meninas gays.
"Só tocavam mulheres e, no bar, só tinha mulheres. Quando um DJ homem ia tocar, se vestia de mulher", lembra Glaucia. Do The Cube, a Cio passou por Glitter e Ego Trip, mas foi n'A Torre, em 1999, que estourou.
"Foi o ápice, mas começou a ficar insuportável", fala a DJ. Depois d'A Torre, a festa ainda ocupou Massivo e o Ultralounge, mas foi no Stereo que se firmou. "No começo, iam umas 600 pessoas por noite. Hoje, vão 300, mas estamos começando a crescer de novo", diz.
Mesmo com tantas idas e vindas, a Cio mantém público fiel, que vai à balada principalmente pelo clima de "festa no apê". "Encontro sempre muitos amigos, muita gente conhecida. Chego lá e me sinto em casa", conta o cabeleireiro Nelson Batista, 48, seguidor desde os tempos do The Cube.
Da mesma época, a designer Carolina Aborrangi, 31, afirma que pode ir sozinha, "mas sempre encontra os amigos". "Quando comecei a freqüentar, era época de descobertas.
Tudo era novidade, as pessoas montadas, o povo do [after-hours] Hell's", lembra Carol. "Hoje, continua sendo bem underground, mas vai todo tipo de gente, não é um gueto."

CIO
Quando:
hoje, às 24h
Onde: D-Edge (al. Olga, 170, Barra Funda, tel. 3667-8334
Quanto: R$ 20


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