São Paulo, terça-feira, 05 de setembro de 2006

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Jamie Cullun encontra Maria Rita em turnê

Músico britânico vendeu mais de 2 milhões de cópias com jazz pop que faz mistura de estilos como funk, rock e punk

Composições brasileiras também terão lugar nas mesclas do artista, que diz ser admirador de Jobim, Elis Regina e Milton Nascimento

Paul Yeung - 6.jun.2006/Reuters
Jamie Cullum durante show; cantor e pianista conquistou o público com standards jazzísticos


CARLOS CALADO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Nada como ter vinte e poucos anos e atitude de roqueiro. Esses atributos, tão valorizados no mercado musical, contribuíram para que Jamie Cullum se tornasse um fenômeno.
Gravando standards jazzísticos, o cantor e pianista inglês conquistou uma legião de fãs que não se interessavam por esse gênero. Seu CD "Twenty Something" (2003) vendeu mais de 2 milhões de cópias.
Em meio à sua primeira turnê pelo país, que inclui shows em São Paulo (hoje, no Via Funchal) e no Rio (dia 13, na sala Cecília Meireles), Cullum, 27, disse à Folha, anteontem, que jamais teve a pretensão de ser um divulgador do jazz entre os jovens.
"Se você assume uma ambição desse tipo, sua música pode soar pomposa. Além disso, o que eu faço não é jazz puro, mas algo que pode ser chamado de música pop, com pitadas de funk, de rock, de punk, de muitas coisas", explica.

Sem fórmulas
Ao apostar em seu talento, Cullum resistiu à tentação de repetir a fórmula que deu certo.
No álbum seguinte, "Catching Tales" (2005), diminuiu a dose de standards e aumentou o número de composições próprias, mergulhando mais na música pop, mas mantendo um certo verniz jazzístico nos vocais, no toque do piano e nos arranjos.
A música brasileira também deve entrar nas misturas de Cullum a partir de agora. "O que mais me atrai nela é o "groove". Até na bossa nova mais suave de Tom Jobim há uma levada envolvente", justifica o cantor, citando uma longa lista de favoritos na MPB, que vai de Elis Regina e Milton Nascimento às cantoras Patrícia Marx e Roberta Sá.
Maria Rita, outra de suas eleitas, fará uma participação no show desta noite. Cullum diz só que só vão decidir hoje à tarde o que cantarão juntos.
"Eu sempre entro no palco sem uma lista de canções. Gosto de sentir a reação da multidão e enlouquecer."
E como o "Sinatra de tênis", como normalmente é chamado, se vê no futuro? Como um popstar? "Não me importo com o que possa acontecer, desde que meus ideais de músico não sejam comprometidos, mas alguns aspectos da fama não me agradam. Sou do tipo que gosta de passar o tempo com os amigos e a família. Não me vejo, no futuro, saindo para beber com Brad Pitt ou alguém assim", afirma o artista.

VIVO NA MÚSICA - JAMIE CULLUM
Quando:
hoje, às 21h30
Onde: Via Funchal (r. Funchal, 65, Vila Olímpia, tel. 3089-6999)
Quanto: de R$ 100 a R$ 350


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