São Paulo, sábado, 06 de março de 2010 |
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Crítica/ "O Amor Acontece" Longa-metragem faz comentário banal sobre temas complexos
RICARDO CALIL CRÍTICO DA FOLHA Há algo de muito errado com um filme em que a catarse emocional de um personagem ocorre em meio a um merchandising de uma rede de material de construção. A produção que consegue o feito discutível de arrancar lágrimas de um coadjuvante (e talvez de um ou outro espectador) enquanto ele compra um martelo chama-se "O Amor Acontece". A princípio, o longa-metragem de estreia do diretor Brandon Camp parece ser apenas um veículo convencional para suas estrelas. O protagonista é o psicólogo Burke Ryan (Aaron Eckhart), que, após perder a mulher em um acidente, torna-se um autor de sucesso com um livro que ensina as pessoas a superar a morte de parentes. Durante uma visita a Seattle para realizar um seminário, ele conhece Eloise (Jennifer Aniston), uma florista recém-separada. Depois dos clássicos desencontros e desconfianças iniciais, Eloise se interessa por Burke e descobre que ele próprio não superou a fase de luto. Será essa simples florista que ajudará o tarimbado psicólogo a enfrentar a dor. Ou seja, o filme se baseia na (suposta?) fantasia feminina de salvação do homem: se ele for um jovem viúvo bonitão, ainda melhor. Ao tentar lidar de maneira ligeira com temas tão complexos quanto o amor e a morte, o filme consegue ser raso e banal em ambos os fronts. Ao longo da projeção, "O Amor Acontece" revela sua verdadeira face: por trás da aparente inocência, uma manipulação perniciosa do espectador. Perto disso, outros problemas do filme - como a banalidade dos diálogos e das situações, e as atuações burocráticas de Aniston e Eckhart -tornam-se pequenos. O AMOR ACONTECE Diretor: Brandon Camp Produção: EUA/Canadá, 2009 Com: Aaron Eckhart e Jennifer Aniston Onde: Espaço Unibanco Pompeia, ABC Plaza Cinemark e circuito Classificação: 12 anos Avaliação: regular Índice |
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