São Paulo, quinta-feira, 06 de maio de 2010

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Irandhir Santos estreia três filmes em um mês

Ator pernambucano, vilão de "Besouro", se destaca em produções nacionais

Ele é o narrador de "Viajo Porque Preciso...", que entra em cartaz amanhã, e está também em "Quincas", "Olhos Azuis" e "Tropa 2"

FERNANDA EZABELLA
DA REPORTAGEM LOCAL

Em apenas três semanas, Irandhir Santos estará nos cinemas em três filmes brasileiros, dois deles como protagonista. Se você ainda não conhece esse ator pernambucano de 31 anos, chamado de "gênio" por alguns, terá a primeira chance amanhã, no filme de estrada "Viajo Porque Preciso, Volto Porque Te Amo", de Marcelo Gomes e Karim Aïnouz.
Aqui, porém, só temos sua voz como narrador de uma viagem solitária pelo sertão nordestino. Já a imagem vem na comédia "Quincas Berro D"Água" (estreia prevista para dia 21), no drama "Olhos Azuis" (dia 28) e na ação de "Tropa de Elite 2" (3 de setembro).
Santos vem do teatro e chegou ao cinema na esteira da efervescência da cena de Recife. Estreou com uma ponta em "Cinema, Aspirinas e Urubus" (2005), de Gomes, e depois com "Baixio das Bestas" (2007), de Claudio Assis.
""Cinema" foi o começo de tudo, primeiro momento de pisar num set, até então não tinha ideia", diz Santos, natural de Barreiros (PE) e formado em artes cênicas pela Universidade Federal de Pernambuco.
Mas foi na TV que a fama se espalhou, ao estrelar a minissérie da Globo "A Pedra do Reino" (2007), de Luiz Fernando Carvalho. "Foi uma mudança. A TV tem esse poder de realmente propagar. E uma mudança pessoal, artística. O Luiz é uma verdadeira faculdade."
O convite para fazer "Viajo..." veio de Gomes quando Santos estava no Recôncavo Baiano filmando "Besouro" (2009), longa de época no qual faz o vilão. Apesar de não ter participado das filmagens de "Viajo...", muitas delas captadas durante outros filmes dos diretores, o ator já tinha um registro pessoal do sertão. Passou infância e adolescência morando em diversas cidades de Pernambuco, já que seu pai, bancário, era transferido a cada dois anos. "Eram cidades bem diferentes, algumas no interior mesmo do sertão. Senti essa proximidade quando vi as imagens", diz Santos.
"O filme fala de uma dor masculina, da perda de um amor, do enfrentar essa saudade."
Seu próximo trabalho a chegar às telas é "Quincas Berro D"Água", como Cabo Martim, amigo boêmio de Quincas, o defunto levado para uma saideira pelas ladeiras de Salvador.
"Foi o único ator que eu escolhi para o filme sem antes conhecer", diz o diretor de "Quincas", Sergio Machado. "Pessoas de lugares diferentes vinham falar dele para mim."
Depois vem "Olhos Azuis", no qual faz um brasileiro encrencado com a polícia americana, e "Tropa de Elite 2", como um professor antagonista do capitão Nascimento. Em julho, filma o novo longa de Claudio Assis, "Febre do Rato".
Entre tantos gêneros, Santos diz preferir "não cair na mesmice". "É como poder ter acesso a diferentes vidas numa única encarnação, pegando essa onda agora de espiritismo", diz, rindo. "Mas é essa a sensação, de viver várias vidas."


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