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Irandhir Santos estreia três filmes em um mês
Ator pernambucano, vilão de "Besouro", se destaca em produções nacionais
Ele é o narrador de "Viajo Porque Preciso...", que entra em cartaz amanhã, e está também em "Quincas", "Olhos Azuis" e "Tropa 2"
FERNANDA EZABELLA
DA REPORTAGEM LOCAL
Em apenas três semanas,
Irandhir Santos estará nos cinemas em três filmes brasileiros, dois deles como protagonista. Se você ainda não conhece esse ator pernambucano de
31 anos, chamado de "gênio"
por alguns, terá a primeira
chance amanhã, no filme de estrada "Viajo Porque Preciso,
Volto Porque Te Amo", de Marcelo Gomes e Karim Aïnouz.
Aqui, porém, só temos sua
voz como narrador de uma viagem solitária pelo sertão nordestino. Já a imagem vem na
comédia "Quincas Berro D"Água" (estreia prevista para dia
21), no drama "Olhos Azuis"
(dia 28) e na ação de "Tropa de
Elite 2" (3 de setembro).
Santos vem do teatro e chegou ao cinema na esteira da
efervescência da cena de Recife. Estreou com uma ponta em
"Cinema, Aspirinas e Urubus"
(2005), de Gomes, e depois
com "Baixio das Bestas"
(2007), de Claudio Assis.
""Cinema" foi o começo de tudo, primeiro momento de pisar
num set, até então não tinha
ideia", diz Santos, natural de
Barreiros (PE) e formado em
artes cênicas pela Universidade
Federal de Pernambuco.
Mas foi na TV que a fama se
espalhou, ao estrelar a minissérie da Globo "A Pedra do Reino" (2007), de Luiz Fernando
Carvalho. "Foi uma mudança.
A TV tem esse poder de realmente propagar. E uma mudança pessoal, artística. O Luiz
é uma verdadeira faculdade."
O convite para fazer "Viajo..."
veio de Gomes quando Santos
estava no Recôncavo Baiano
filmando "Besouro" (2009),
longa de época no qual faz o vilão. Apesar de não ter participado das filmagens de "Viajo...", muitas delas captadas durante outros filmes dos diretores, o ator já tinha um registro
pessoal do sertão. Passou infância e adolescência morando
em diversas cidades de Pernambuco, já que seu pai, bancário, era transferido a cada dois
anos. "Eram cidades bem diferentes, algumas no interior
mesmo do sertão. Senti essa
proximidade quando vi as imagens", diz Santos.
"O filme fala de uma dor masculina, da perda de um amor, do
enfrentar essa saudade."
Seu próximo trabalho a chegar às telas é "Quincas Berro
D"Água", como Cabo Martim,
amigo boêmio de Quincas, o defunto levado para uma saideira
pelas ladeiras de Salvador.
"Foi o único ator que eu escolhi para o filme sem antes conhecer", diz o diretor de "Quincas", Sergio Machado. "Pessoas
de lugares diferentes vinham
falar dele para mim."
Depois vem "Olhos Azuis",
no qual faz um brasileiro encrencado com a polícia americana, e "Tropa de Elite 2", como
um professor antagonista do
capitão Nascimento. Em julho,
filma o novo longa de Claudio
Assis, "Febre do Rato".
Entre tantos gêneros, Santos
diz preferir "não cair na mesmice". "É como poder ter acesso a diferentes vidas numa única encarnação, pegando essa
onda agora de espiritismo", diz,
rindo. "Mas é essa a sensação,
de viver várias vidas."
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