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MÚSICA E NATUREZA
Apresentação de orquestra com o maestro Diogo Pacheco ajuda a atrair visitantes ao espaço ambiental
Ciete Silvério/Folha Imagem
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Área do Jardim Botânico, que recebe hoje concerto de orquestra regida por Diogo Pacheco; o repertório terá Bizet e Mascagni |
Concerto "fertiliza" passeio ao Jardim Botânico
JANAINA ROCHA
FREE-LANCE PARA A FOLHA
Uma sala de concerto bela e
aberta a todos: a natureza. Um
exemplo acontece hoje, às 10h30,
com a apresentação do maestro
Diogo Pacheco acompanhado de
uma orquestra com 60 músicos,
no Jardim Botânico de São Paulo.
A melhor forma de apreciar
música é, segundo Pacheco, 78,
num ambiente contemplativo: ao
ar livre, em espaços públicos. Para
ele, que já se apresentou nesse local em 2003, a experiência da música clássica ao ar livre é vivida
sem preconceitos, "diferentemente das apresentações nos teatros municipais, em que todos
vão cheios de etiquetas sociais".
Pacheco afirma com experiência: já tocou em mais de mil apresentações em espaços abertos,
além de ter atuado como apresentador de programas de música
clássica em rádio, na década de
60, e na televisão.
A seleção musical deste domingo conta com peças curtas e populares, típicas de eventos ao ar livre. Ele abre com "Trumpet Voluntary", obra que durante muito
tempo teve sua autoria atribuída a
Purcell -é, na verdade, de Jeremiah Clarke. E passa por compositores como Bellini (com a abertura da ópera "Norma"), Bizet
(uma seleção de "Carmen") e
Mascagni (intermezzo da ópera
"Cavalleria Rusticana"), fechando
o programa com o único autor
brasileiro, Francisco Mignone e
sua composição "Congada".
A apresentação faz parte do
programa Acorde para o Meio
Ambiente, que tem sua próxima
edição na cidade no dia 29 de
agosto, no parque Villa-Lobos.
Além do concerto de hoje, a ida
ao Jardim Botânico é, de quarta a
domingo, uma opção de lazer na
cidade. Ele está dentro do Parque
Estadual das Fontes do Ipiranga
(526 hectares de área, a terceira
maior reserva biológica do município). Esse complexo reúne órgãos como o Instituto de Botânica, o Zôo Safari, o Jardim Zoológico, o Instituto Astronômico e
Geofísico, o Instituto Geológico e
o Instituto de Economia Agrícola.
Também conhecido como parque do Estado, nele há, por exemplo, 1.159 espécies de fanerógamas (plantas que dão flores), das
quais 36 estão ameaçadas. O parque abriga 24 nascentes, uma delas, a do riacho do Ipiranga.
No Jardim Botânico (área de
360 mil m2), entretanto, há muitas
restrições: não se pode arrancar
plantas e escrever nas árvores, utilizar churrasqueiras, usar aparelhos sonoros em alto volume (veja
quadro nesta página).
"É feita uma série de recomendações ao público, porque aqui é
uma unidade de conservação de
flora nativa do Estado e de outras
regiões do país. As plantas estão
aqui porque precisam ser mantidas, não foram cultivadas aleatoriamente", diz a coordenadora de
educação ambiental Tânia Cerati.
No ano passado, cerca de 70 mil
pessoas visitaram o local -o zoológico recebeu 1 milhão de visitantes. Criado para ser o orquidário do Estado, em 1928, o Jardim
Botânico é o terceiro herbário do
país. Uma das atrações são as estufas, com coleções de orquídeas
com cerca de 16 mil vasos e 600 diferentes espécies.
Em 2003 foi criado o Jardim dos
Sentidos, área que permite o contato com plantas que despertam o
tato, o olfato e a visão. No ano que
vem, será implantado o Núcleo de
Educação Ambiental e Lazer, com
playground, locais para caminhadas e corridas, quadras e um prédio para cursos e encontros.
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