São Paulo, domingo, 06 de junho de 2004

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MÚSICA E NATUREZA

Apresentação de orquestra com o maestro Diogo Pacheco ajuda a atrair visitantes ao espaço ambiental

Ciete Silvério/Folha Imagem
Área do Jardim Botânico, que recebe hoje concerto de orquestra regida por Diogo Pacheco; o repertório terá Bizet e Mascagni


Concerto "fertiliza" passeio ao Jardim Botânico

JANAINA ROCHA
FREE-LANCE PARA A FOLHA

Uma sala de concerto bela e aberta a todos: a natureza. Um exemplo acontece hoje, às 10h30, com a apresentação do maestro Diogo Pacheco acompanhado de uma orquestra com 60 músicos, no Jardim Botânico de São Paulo.
A melhor forma de apreciar música é, segundo Pacheco, 78, num ambiente contemplativo: ao ar livre, em espaços públicos. Para ele, que já se apresentou nesse local em 2003, a experiência da música clássica ao ar livre é vivida sem preconceitos, "diferentemente das apresentações nos teatros municipais, em que todos vão cheios de etiquetas sociais".
Pacheco afirma com experiência: já tocou em mais de mil apresentações em espaços abertos, além de ter atuado como apresentador de programas de música clássica em rádio, na década de 60, e na televisão.
A seleção musical deste domingo conta com peças curtas e populares, típicas de eventos ao ar livre. Ele abre com "Trumpet Voluntary", obra que durante muito tempo teve sua autoria atribuída a Purcell -é, na verdade, de Jeremiah Clarke. E passa por compositores como Bellini (com a abertura da ópera "Norma"), Bizet (uma seleção de "Carmen") e Mascagni (intermezzo da ópera "Cavalleria Rusticana"), fechando o programa com o único autor brasileiro, Francisco Mignone e sua composição "Congada".
A apresentação faz parte do programa Acorde para o Meio Ambiente, que tem sua próxima edição na cidade no dia 29 de agosto, no parque Villa-Lobos.
Além do concerto de hoje, a ida ao Jardim Botânico é, de quarta a domingo, uma opção de lazer na cidade. Ele está dentro do Parque Estadual das Fontes do Ipiranga (526 hectares de área, a terceira maior reserva biológica do município). Esse complexo reúne órgãos como o Instituto de Botânica, o Zôo Safari, o Jardim Zoológico, o Instituto Astronômico e Geofísico, o Instituto Geológico e o Instituto de Economia Agrícola.
Também conhecido como parque do Estado, nele há, por exemplo, 1.159 espécies de fanerógamas (plantas que dão flores), das quais 36 estão ameaçadas. O parque abriga 24 nascentes, uma delas, a do riacho do Ipiranga.
No Jardim Botânico (área de 360 mil m2), entretanto, há muitas restrições: não se pode arrancar plantas e escrever nas árvores, utilizar churrasqueiras, usar aparelhos sonoros em alto volume (veja quadro nesta página).
"É feita uma série de recomendações ao público, porque aqui é uma unidade de conservação de flora nativa do Estado e de outras regiões do país. As plantas estão aqui porque precisam ser mantidas, não foram cultivadas aleatoriamente", diz a coordenadora de educação ambiental Tânia Cerati.
No ano passado, cerca de 70 mil pessoas visitaram o local -o zoológico recebeu 1 milhão de visitantes. Criado para ser o orquidário do Estado, em 1928, o Jardim Botânico é o terceiro herbário do país. Uma das atrações são as estufas, com coleções de orquídeas com cerca de 16 mil vasos e 600 diferentes espécies.
Em 2003 foi criado o Jardim dos Sentidos, área que permite o contato com plantas que despertam o tato, o olfato e a visão. No ano que vem, será implantado o Núcleo de Educação Ambiental e Lazer, com playground, locais para caminhadas e corridas, quadras e um prédio para cursos e encontros.


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