São Paulo, quarta-feira, 07 de janeiro de 2009

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Música

Izabel Padovani retrata a canção contemporânea

Intérprete lança em SP, nesta sexta, o disco "Mosaico", que reúne canções de Arrigo Barnabé e Mehmari, entre outros

Cantora, que diz existir "tanta coisa fora da mídia" leva ao Sesc Pompeia músicas de ao menos duas gerações do Sul e Sudeste

Carlos Kipnis/Divulgação
A cantora paulista Izabel Padovani, que apresenta seu novo álbum nesta sexta no Sesc Pompeia

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

O projeto é ambicioso e necessário. Em "Mosaico - Compositores Contemporâneos", seu quinto álbum, a cantora Izabel Padovani busca "retratar a música do Brasil de hoje". Para isso, selecionou canções de pelo menos duas gerações de autores: de Arrigo Barnabé, Zé Miguel Wisnik e Guinga a André Mehmari e Fred Martins. "Há muita coisa acontecendo fora da grande mídia. O mais difícil é ter acesso a essas coisas", diz a intérprete, que morou na Áustria por uma década. Voltou a viver em Campinas, onde nasceu, após ganhar o Prêmio Visa de Música Brasileira, em 2005.
Para recolher as canções, Izabel ouviu CDs, navegou na internet e foi a muitos shows.
"Queria achar canções que me tocassem", diz. A dificuldade de acesso a outras regiões a levou a restringir o repertório a autores do Sudeste e do Sul.
"O Brasil é grande, não há um intercâmbio real entre as regiões. Senti dificuldade em saber o que está acontecendo fora do padrão "música de massa'", ela justifica, dizendo que pretende dar continuidade ao projeto, viajando pelo país, para conhecer a produção atual.
"Mosaico" será lançado em São Paulo nesta sexta, no Sesc Pompeia. Além de Luís Passos (bandolim, guitarra e violão) e Denni Pontes (percussão), Izabel terá a seu lado o baixista Ronaldo Saggiorato, antigo parceiro e talentoso arranjador.
Entre as 11 faixas do CD há inéditas, como "O Primeiro Choro de Lucas", alegre tema instrumental de Mehmari, que a cantora conheceu ao navegar no site MySpace.
A inquieta "Bote", de Luís Felipe Gama e Kiko Dinnuci, foi composta especialmente para o álbum, que inaugura o selo Gravina. Algumas canções são relativamente conhecidas, como "Deixando o Pago", dos gaúchos Vitor Ramil e João da Cunha Vargas.
A futurista modinha "Sinhazinha em Chamas" foi gravada por Arrigo Barnabé, nos anos 90. "Alto Mar", gingada morna ao estilo de Cabo Verde composta pelos paulistas Dante Ozzetti e Luiz Tatit, já foi gravada pela mineira Ceumar.
A diversidade de ritmos e referências não impede Izabel de encontrar afinidades entre os autores que escolheu. "O que une as peças desse mosaico talvez seja a contemporaneidade dos elementos. Há melodias intrincadas e compositores com um repertório pouco comum".
Diferentemente de intérpretes que privilegiam as letras, Izabel opta pelo equilíbrio entre música e poesia. "Às vezes uma letra boa, numa estrutura musical simples, diz muito. Quando se trata de canção, as letras precisam cumprir seu papel, mas vejo na música brasileira moderna uma tendência mais para grandes compositores do que para letristas". (CARLOS CALADO)


IZABEL PADOVANI
Quando:
sexta (9), às 21h
Onde: Sesc Pompeia (r. Clélia, 93, tel. 3871-7700)
Quanto: R$ 4 a R$ 16
Classificação: não indicado a menores de 12 anos




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