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Música
Izabel Padovani retrata a canção contemporânea
Intérprete lança em SP, nesta sexta, o disco "Mosaico", que reúne canções de Arrigo Barnabé e Mehmari, entre outros
Cantora, que diz existir "tanta coisa fora da mídia" leva ao Sesc Pompeia músicas de ao menos duas gerações do Sul e Sudeste
Carlos Kipnis/Divulgação
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A cantora paulista Izabel Padovani, que apresenta seu novo álbum nesta sexta no Sesc Pompeia
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
O projeto é ambicioso e necessário. Em "Mosaico - Compositores Contemporâneos",
seu quinto álbum, a cantora
Izabel Padovani busca "retratar a música do Brasil de hoje".
Para isso, selecionou canções
de pelo menos duas gerações de
autores: de Arrigo Barnabé, Zé
Miguel Wisnik e Guinga a André Mehmari e Fred Martins.
"Há muita coisa acontecendo
fora da grande mídia. O mais difícil é ter acesso a essas coisas",
diz a intérprete, que morou na
Áustria por uma década. Voltou
a viver em Campinas, onde nasceu, após ganhar o Prêmio Visa
de Música Brasileira, em 2005.
Para recolher as canções,
Izabel ouviu CDs, navegou na
internet e foi a muitos shows.
"Queria achar canções que me
tocassem", diz. A dificuldade de
acesso a outras regiões a levou a
restringir o repertório a autores do Sudeste e do Sul.
"O Brasil é grande, não há um
intercâmbio real entre as regiões. Senti dificuldade em saber o que está acontecendo fora
do padrão "música de massa'",
ela justifica, dizendo que pretende dar continuidade ao projeto, viajando pelo país, para
conhecer a produção atual.
"Mosaico" será lançado em
São Paulo nesta sexta, no Sesc
Pompeia. Além de Luís Passos
(bandolim, guitarra e violão) e
Denni Pontes (percussão), Izabel terá a seu lado o baixista Ronaldo Saggiorato, antigo parceiro e talentoso arranjador.
Entre as 11 faixas do CD há
inéditas, como "O Primeiro
Choro de Lucas", alegre tema
instrumental de Mehmari, que
a cantora conheceu ao navegar
no site MySpace.
A inquieta "Bote", de Luís Felipe Gama e Kiko
Dinnuci, foi composta especialmente para o álbum, que inaugura o selo Gravina.
Algumas canções são relativamente conhecidas, como "Deixando o Pago",
dos gaúchos Vitor Ramil e João
da Cunha Vargas.
A futurista modinha "Sinhazinha
em Chamas" foi
gravada por Arrigo Barnabé,
nos anos 90. "Alto Mar", gingada morna ao estilo de Cabo Verde composta pelos paulistas
Dante Ozzetti e Luiz Tatit, já foi
gravada pela mineira Ceumar.
A diversidade de ritmos e referências não impede Izabel de
encontrar afinidades entre os
autores que escolheu. "O que
une as peças desse mosaico talvez seja a contemporaneidade
dos elementos. Há melodias intrincadas e compositores com
um repertório pouco comum".
Diferentemente de intérpretes que privilegiam as letras,
Izabel opta pelo equilíbrio entre música e poesia. "Às vezes
uma letra boa, numa
estrutura musical simples, diz muito. Quando se trata de canção,
as letras precisam
cumprir seu papel,
mas vejo na música
brasileira moderna
uma tendência mais
para grandes compositores do que para letristas".
(CARLOS CALADO)
IZABEL PADOVANI
Quando: sexta (9), às 21h
Onde: Sesc Pompeia (r.
Clélia, 93, tel. 3871-7700)
Quanto: R$ 4 a R$ 16
Classificação: não indicado a menores de 12 anos
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