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São Paulo, domingo, 07 de setembro de 2003

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PASSEIO

Em museus ou em instituições como a Sala São Paulo e o Teatro Municipal, monitorias atendem públicos diversos

Arquitetura e história conduzem visitas

ALEXANDRA MORAES
DA REDAÇÃO

Frequentemente associadas a museus e a grupos escolares, as visitas guiadas têm também bastante força entre visitantes espontâneos, pequenos grupos de amigos/turistas e estudantes de algumas áreas específicas.
A arquitetura talvez seja a principal dessas áreas, sendo um dos grandes chamarizes de instituições, como o Museu de Arte de São Paulo, o Teatro Municipal e a Biblioteca Mário de Andrade. Nos espaços da Sala São Paulo e da Pinacoteca do Estado, o interesse pelos edifícios pode se juntar às intrincadas revitalizações e interferências pelas quais ambos passaram recentemente.
"A visita monitorada é fundamentada na educação informal, sempre contextualizada de acordo com o grupo ou a pessoa que nos procura", explica Janaína Guerreiro, coordenadora do setor de monitoria da Sala São Paulo, instalada na antiga estação ferroviária Júlio Prestes, que recebe turistas, curiosos, estudantes e o público da terceira idade.
A própria história do lugar já daria substância à visita, que inclui relatos que vão do ciclo do café, da criação e da posterior decadência das ferrovias brasileiras e do desenvolvimento do entorno da praça Júlio Prestes.
Para além da história, os detalhes da reforma que transformou a estação centenária numa sala de concertos a partir de 1999 também chamam a atenção, principalmente dos arquitetos e engenheiros. Para isso, foi criada a "visita técnica", que permite conhecer os bastidores da sala, como camarins, piso técnico, fosso e suas estruturas.
Também na Pinacoteca o interesse pela reforma dirigida pelo arquiteto Paulo Mendes da Rocha, em 1998, no prédio construído por Ramos de Azevedo em 1896, gera curiosidade, mas o serviço de monitoria da instituição é voltado mesmo para as exposições e obras de arte.
Com monitores, audioguias ou folhetos específicos para crianças, jovens e adultos, pode-se seguir a exposição "Vistas do Brasil". As demais mostras do local podem ser apreciadas com monitores, mas com prévio agendamento. A partir deste mês, a Pinacoteca começa também a oferecer visitas monitoradas para portadores de deficiência visual, auditiva ou mental, por meio do programa "Públicos Especiais", coordenado pela museóloga e arte-educadora Amanda Tojal. Para os deficientes visuais, foram feitas reproduções em relevo de obras do acervo e esculturas foram disponibilizadas para o toque.
Na Biblioteca Mário de Andrade, áreas normalmente fechadas ao público podem ser visitadas com monitores, como a torre construída para abrigar o acervo da instituição, que conta com mais de 200 mil volumes. O estilo art déco do prédio também leva até lá muitos estudantes universitários e visitantes espontâneos, mas, segundo a coordenadora da monitoria, Angela Curcio Amaral, 55% do público ainda é formado por estudantes de primeiro e segundo graus.
O prédio de Lina Bo Bardi para o Masp, é claro, atrai também arquitetos e engenheiros, mas são crianças e jovens o principal alvo do programa educativo do museu, que só atende grupos com mais de dez pessoas. De terça a sexta, os visitantes passeiam pelo rico acervo, com pequenas aulas de história da arte.
Já no Teatro Municipal, a visita guiada passa pela entrada principal, pelo saguão, pelo salão nobre e segue para a platéia, todos recheados por uma história que não se esquece jamais da arquitetura.



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