|
Índice
CCBB faz série sobre a história do samba-rock
Instituição promove ciclo musical para apresentar as diversas facetas do gênero popularizado por Jorge Ben Jor
Evento começa amanhã e será capitaneado pelo Clube do Balanço, com presenças de Osvaldinho da Cuíca e Max de Castro, entre outros
RONALDO EVANGELISTA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Era impressionante. Cinco
anos atrás, em qualquer balada
que você entrasse na Vila Madalena ou no Centro, iria ouvir
aquela mistura de música brasileira com soul que hoje em dia
já se tornou irremediavelmente chamada de samba-rock.
Era o auge do renascimento
do estilo, que teve suas origens
entre o final dos anos 60 e meados dos 70, sempre seguindo o
evangelho do influente Jorge
Ben -hoje Jor. A febre, intensa
daquele jeito, passou. Mas o
samba-rock continuou, como
continuam lotadas as festas
que acontecem semanalmente
em São Paulo.
Agora, é hora de retrospectiva e de um olhar mais cuidadoso sobre o gênero, em série promovida pelo Centro Cultural
Banco do Brasil capitaneada
pela mais emblemática das
bandas modernas de samba-rock, o Clube do Balanço.
Com convidados como Marku Ribas, Osvaldinho da Cuíca
e Max de Castro, a série se propõe a observar o samba-rock,
dividida em shows com temas
como "origens", "novas tendências" e "a tradição dos grandes bailes".
"O samba-rock é uma coisa
divertida, animada, de bailes e
festas, mas é também um fenômeno cultural", observa Marco
Mattoli, líder do Clube e cabeça
por trás do projeto. "Hoje nós
temos muitas bandas tocando o
estilo por aí, mas ninguém sabe
direito sua história. O mais legal dessa série é exatamente isso, uma entidade cultural aceitar isso como projeto, para contar a história e documentar o
samba-rock."
Estabilidade
Depois de nascer nos bailes
da periferia nos anos 70 e rumar para a cultura da caça de
discos raros pela classe média
nos anos 90, agora o samba-rock chega a uma estabilidade.
E o estouro de popularidade do
começo dos anos 00, fez uma
diferença?
"Sempre há essa expectativa
do boom", afirma Mattoli. "Mas
não sei se é uma coisa realmente saudável ou necessária. No
fundo, acho bom que não tenha
havido uma novela da Globo
chamada "Samba-Rock". Porque isso não é uma coisa que a
gente inventou cinco anos
atrás, é algo que já existia antes
e vai continuar existindo, independentemente do quanto a
mídia estiver olhando", conclui
o músico.
Índice
|