São Paulo, quinta-feira, 08 de fevereiro de 2007

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SP tem supersemana eletrônica

Entre hoje e sábado, a cidade ganha um novo clube noturno, o Clash, e recebe vários DJs badalados

A nova casa receberá o britânico Surgeon, enquanto a dupla escocesa Optimo toca no Vegas, e o alemão DJ Hell, no D-Edge


THIAGO NEY
DA REPORTAGEM LOCAL

Todo DJ adora falar que não se prende a um estilo de música, que seu repertório é variado, que mistura referências, essas coisas. Mas quando você vai ao clube, é obrigado a escutar a mesma batida por duas, três horas. São poucos os que realmente se arriscam a fazer um set com faixas diferentes entre si. Alguns desses estão em São Paulo nesta semana.
Assistir à dupla escocesa Optimo é como se deixar levar em um passeio pela eletrônica, pelo pop e pelo rock produzido nos últimos 50 anos. Eles estarão hoje à noite no Vegas.
O duo é formado por JD Twitch e JG Wilkes. Eles atuam separadamente: um toca por meia hora, o outro na meia hora seguinte e por aí vai. Eles já tocaram por aqui no Campari Rock de 2005. No set, entraram os punks Ramones, as pós-punks Slits, New Order.
"Fazemos edições e remixes próprios de várias canções, por isso algumas coisas que tocamos você só ouve em nossos sets", diz Wilkes. "Nossas apresentações cobrem várias áreas da música. Mas não somos DJs egoístas: o que importa para nós é fazer o público dançar."
Wilkes toca da maneira tradicional, com vinis. ("Gosto da qualidade do som, do fato de poder tocar no disco. É um material que amo."). Seu parceiro Twitch utiliza laptop com o software Ableton Live.
Esse programa é das mais poderosas ferramentas para DJs. Possibilita a desconstrução das faixas: o DJ consegue pegar elementos de uma canção (uma linha de baixo, por exemplo) e combiná-los com elementos de outra canção (uma batida grave) e até de uma terceira.
Mais: o software mixa automaticamente as batidas de uma música com as batidas da canção que ele pretende tocar em seguida. Por isso, os DJs não precisam usar fones de ouvido para sincronizar duas faixas.
"Esse software me permite combinar pedaços de várias músicas e tocá-los ao mesmo tempo, como se fossem camadas sobrepostas", diz o inglês Surgeon (ou Anthony Child).
Surgeon se apresenta no novo clube Clash na sexta e no sábado. Na sexta, fará um set de tecno; no sábado, será um "set surpresa", em que entrarão faixas de electro, dub, house...
O Clash será inaugurado hoje, com o residente Paulinho Boghosian e o argentino Marcos Paz. A pista do clube é modulada por uma cortina; dessa forma, a capacidade varia entre 200 e mil pessoas.
Surgeon recentemente fez um remix de "The Clock", canção do disco-solo de Thom Yorke. "Ele me mandou um e-mail pedindo para fazer o remix. No início, fiquei nervoso, não sabia o que fazer com a faixa. Mas ele me deu liberdade e eu fui me soltando", conta.

Gigolo
A supersemana eletrônica de São Paulo terá ainda um velho conhecido: o alemão DJ Hell.
Proprietário da International Deejay Gigolo, Hell está em São Paulo para promover um lançamento de sua gravadora: o "Brazilian Gigolo", CD mixado por Renato Ratier que chega às lojas daqui na segunda-feira. Os dois tocam amanhã no D-Edge.
Por ter lançado nomes como Miss Kittin, Vitalic e Felix da Housecat, entre outros, DJ Hell está associado à popularização do electro no final dos anos 90. Mas seus sets hoje passam também pelas batidas mais pesadas do tecno e pelos vocais pop da electro-house.
Outros nomes badalados passarão pela cidade entre hoje e sábado. O mais conhecido é Fatboy Slim, que poderá ser visto na Pacha por quem desembolsar entre R$ 200 e R$ 300.


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