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SP tem supersemana eletrônica
Entre hoje e sábado, a cidade ganha um novo clube noturno, o Clash, e recebe vários DJs badalados
A nova casa receberá o britânico Surgeon, enquanto a dupla escocesa Optimo toca no Vegas, e
o alemão DJ Hell, no D-Edge
THIAGO NEY
DA REPORTAGEM LOCAL
Todo DJ adora falar que não
se prende a um estilo de música, que seu repertório é variado,
que mistura referências, essas
coisas. Mas quando você vai ao
clube, é obrigado a escutar a
mesma batida por duas, três
horas. São poucos os que realmente se arriscam a fazer um
set com faixas diferentes entre
si. Alguns desses estão em São
Paulo nesta semana.
Assistir à dupla escocesa Optimo é como se deixar levar em
um passeio pela eletrônica, pelo pop e pelo rock produzido
nos últimos 50 anos. Eles estarão hoje à noite no Vegas.
O duo é formado por JD
Twitch e JG Wilkes. Eles atuam
separadamente: um toca por
meia hora, o outro na meia hora
seguinte e por aí vai. Eles já tocaram por aqui no Campari
Rock de 2005. No set, entraram
os punks Ramones, as pós-punks Slits, New Order.
"Fazemos edições e remixes
próprios de várias canções, por
isso algumas coisas que tocamos você só ouve em nossos
sets", diz Wilkes. "Nossas apresentações cobrem várias áreas
da música. Mas não somos DJs
egoístas: o que importa para
nós é fazer o público dançar."
Wilkes toca da maneira tradicional, com vinis. ("Gosto da
qualidade do som, do fato de
poder tocar no disco. É um material que amo."). Seu parceiro
Twitch utiliza laptop com o
software Ableton Live.
Esse programa é das mais poderosas ferramentas para DJs.
Possibilita a desconstrução das
faixas: o DJ consegue pegar elementos de uma canção (uma linha de baixo, por exemplo) e
combiná-los com elementos de
outra canção (uma batida grave) e até de uma terceira.
Mais: o software mixa automaticamente as batidas de uma
música com as batidas da canção que ele pretende tocar em
seguida. Por isso, os DJs não
precisam usar fones de ouvido
para sincronizar duas faixas.
"Esse software me permite
combinar pedaços de várias
músicas e tocá-los ao mesmo
tempo, como se fossem camadas sobrepostas", diz o inglês
Surgeon (ou Anthony Child).
Surgeon se apresenta no novo clube Clash na sexta e no sábado. Na sexta, fará um set de
tecno; no sábado, será um "set
surpresa", em que entrarão faixas de electro, dub, house...
O Clash será inaugurado hoje, com o residente Paulinho
Boghosian e o argentino Marcos Paz. A pista do clube é modulada por uma cortina; dessa
forma, a capacidade varia entre
200 e mil pessoas.
Surgeon recentemente fez
um remix de "The Clock", canção do disco-solo de Thom Yorke. "Ele me mandou um e-mail
pedindo para fazer o remix. No
início, fiquei nervoso, não sabia
o que fazer com a faixa. Mas ele
me deu liberdade e eu fui me
soltando", conta.
Gigolo
A supersemana eletrônica de
São Paulo terá ainda um velho
conhecido: o alemão DJ Hell.
Proprietário da International Deejay Gigolo, Hell está em
São Paulo para promover um
lançamento de sua gravadora: o
"Brazilian Gigolo", CD mixado
por Renato Ratier que chega às
lojas daqui na segunda-feira. Os
dois tocam amanhã no D-Edge.
Por ter lançado nomes como
Miss Kittin, Vitalic e Felix da
Housecat, entre outros, DJ
Hell está associado à popularização do electro no final dos
anos 90. Mas seus sets hoje passam também pelas batidas
mais pesadas do tecno e pelos
vocais pop da electro-house.
Outros nomes badalados
passarão pela cidade entre hoje
e sábado. O mais conhecido é
Fatboy Slim, que poderá ser
visto na Pacha por quem desembolsar entre R$ 200 e R$
300.
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