Companhia de dança mostra o espetáculo "Variacions Al-leluia" hoje e amanhã

ADRIANA PAVLOVA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Quatorze anos depois de sua primeira passagem pelo Brasil, a companhia espanhola de dança contemporânea Lanònima Imperial está de volta.
A mistura de movimentos vigorosos com cenas mais lúdicas que agradou tanto crítica como público no passado continua sendo o ponto central do grupo do coreógrafo Juan Carlos García, o mesmo que estava à frente da Lanònima em 1995, quando participaram do hoje extinto Carlton Dance Festival.
Nas apresentações de hoje e amanhã no Teatro de Dança, a companhia mostra o espetáculo "Variacions Al-leluia", que tem um trio de bailarinos e participação de uma cantora de rock. Com uma dança física, eles mostram uma peça inspirada em contos de terror para crianças. Por isso, uma mistura de fantasia e realidade dá o tom à coreografia.
"É uma peça que investiga a inquietação diante do medo do desconhecido", explica García. "Nosso trabalho não tem nada de conceitual, queremos experimentar o lado mais físico da dança, a teatralização, os movimentos virtuosos. Funcionamos como um laboratório de pesquisa."
Além dos movimentos vigorosos, a coreografia é marcada por uma iluminação de claros e escuros. Há ainda uma espécie de animal gigante, inflável, que interage com os bailarinos, fortalecendo o tom fantástico do espetáculo.
Fundada em 1986, em Barcelona, a Lanònima Imperial figura entre as principais companhias espanholas de dança contemporânea. Apesar da concorrência grande, inclusive com grupos de dança flamenca, a Lanònima tem conseguido sobreviver com a ajuda do governo espanhol mas sobretudo por causa das constantes viagens internacionais.
"Na Espanha, os bailarinos de flamenco são como estrelas de rock, enchem teatros e vendem revistas falando sobre suas vidas privadas. Já a dança contemporânea ainda luta para ser conhecida. Somos uma companhia cult, com alguns seguidores, mas continuamos lutando por espaço", diz García.