Veterano da dance music é o destaque do projeto Bacardi B-Live

ADRIANA FERREIRA SILVA
DA REPORTAGEM LOCAL

Se fosse um astro de rock, aos 52 anos, o francês François Kevorkian estaria entrando na categoria dos dinossauros. Mas, como seu "métier" é outro, um dos produtores e DJs mais conhecidos do mundo vira um veterano da dance music, cheio de histórias para contar.
"Ter sido convidado para tocar no Paradise Garage foi inacreditável", lembra ele, sobre sua experiência no seminal clube nova-iorquino. "Ou ter trabalhado com o Depeche Mode em seu disco mais vendido, ou entrar num estúdio com o Kraftwerk, ou, ainda, conhecer [os DJs] Danny Krivit e Joe Claussell e criar a [noite] Body&Soul", continua.
Sua mais nova empreitada ocorre hoje, no clube Glória, quando François K. participa de uma jam session com o instrumentista americano Erik Kupper, o baixista haitiano Jephte Guillaume e o percussionista cubano Carlos Gómez.
"Estamos nos sentindo como uma banda", explica o francês.
"Escrevemos as músicas especialmente para essa performance. Irei discotecar de uma maneira mais livre. Tenho certeza de que será espetacular."
Com essa participação no projeto Bacardi B-Live, que reúne DJs e músicos ao vivo, François K. faz sua quarta visita ao país. A última foi em 2005, quando recriou a Body&Soul, com Krivit e Claussell, no Tim Festival carioca.

Bateria
A característica mais marcante de seu som é a de ser uma house extremamente percussiva, herança da formação como baterista. Mas, apesar de ser citado principalmente como produtor e DJ dessa vertente, François se mantém na ativa graças à versatilidade com que trafega por outros gêneros -como nas coletâneas de seu selo, o Wave Music.
"Fiz muitas coisas diferentes. Ultimamente, tenho me concentrado na eletrônica, em tecno, electro e minimal, estilos que costumo tocar para grandes audiências em clubes e festivais", afirma François K. Por outro lado, ele mantém uma noite às segundas, no clube nova-iorquino Cielo, em que foca no dub e nos clássicos do reggae, "para criar uma atmosfera espacial e etérea".
Se depender de seus planos na dance music, essa não será sua última vez no Brasil. "Agradeço pelas pessoas continuarem me convidando para tocar, enquanto muitos com minha idade já estão aposentados!"