São Paulo, quarta-feira, 08 de outubro de 2008

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Teatro lidera atrações de mostra anual do Sesc

Há espetáculos da América Latina e dos EUA, além de música, artes e literatura

Argentina tem três peças, entre elas "Caramelo de Limón" e uma produção co-dirigida por Daniel Veronese, "Manifiesto de Niños"


DA REPORTAGEM LOCAL

Numa sala escura de Santana, aromas, sussurros e gostos levam o público aos porões da ditadura argentina. No vale do Anhangabaú, uma jaula encerra humanóides franceses. Já na zona sul da cidade, são brasileiros mesmo os que estão a subir pelas paredes.
Os flagrantes acima são dos espetáculos "Caramelo de Limón" (bala de limão), "Les Squames" e "Asas", que estão na programação da sétima Mostra Sesc de Artes, iniciada hoje, em São Paulo. Segundo o diretor regional do Sesc, Danilo Santos de Miranda, a seleção desse ano partiu da "idéia da arte como promotora da multiplicação de olhares".
O orçamento, segundo ele, é de cerca de R$ 8 milhões, valor que contempla a itinerância pelo interior paulista (sob o nome de Circuito Sesc de Artes).
A América Latina tem presença forte no cardápio teatral. Além de "Caramelo", a Argentina comparece com "Comunidad" (comunidade), adaptação de conto de Kafka, e "Manifiesto de Niños" (manifesto de crianças), experimento multimídia co-dirigido pelo conceituado Daniel Veronese (leia mais no quadro desta página).
Da Colômbia vêm "Testigo de las Ruínas" (testemunho das ruínas) e "Ansío los Alpes" (anseio pelos Alpes). Na primeira, é a memória de um bairro repaginado de Bogotá que está na pauta; a segunda parte do ocaso de um homem para meditar sobre o tempo.
Na ala musical, há shows e recitais de formações locais e de Bélgica, Chile e dos EUA, entre outros. Os alemães do Piano Possible Ensemble aportam por aqui com dois experimentos. Em "Ensemble Finale", os músicos improvisam livremente de acordo com as imagens de uma partida de futebol transmitida num telão.
Já "Eu Componho a Partir de Sua Mão" propõe um jogo ainda mais curioso: um instrumentista entrevista uma pessoa, a conversa é gravada e seu andamento determina a melodia a ser criada naquele instante pelos outros integrantes da Piano Possible. O entrevistado volta para casa com um CD contendo a composição.
A literatura chega à mostra em microcontos e poemas espalhados por bebedouros, paredes de concreto, escadas, elevadores e guardanapos de papel das unidades do Sesc.
(LUCAS NEVES)


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