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Teatro lidera atrações de mostra anual do Sesc
Há espetáculos da América Latina e dos EUA, além de música, artes e literatura
Argentina tem três peças, entre elas "Caramelo de Limón" e uma produção co-dirigida por Daniel Veronese, "Manifiesto de Niños"
DA REPORTAGEM LOCAL
Numa sala escura de Santana, aromas, sussurros e gostos
levam o público aos porões da
ditadura argentina. No vale do
Anhangabaú, uma jaula encerra humanóides franceses. Já na
zona sul da cidade, são brasileiros mesmo os que estão a subir
pelas paredes.
Os flagrantes acima são dos
espetáculos "Caramelo de Limón" (bala de limão), "Les
Squames" e "Asas", que estão
na programação da sétima
Mostra Sesc de Artes, iniciada
hoje, em São Paulo. Segundo o
diretor regional do Sesc, Danilo
Santos de Miranda, a seleção
desse ano partiu da "idéia da arte como promotora da multiplicação de olhares".
O orçamento, segundo ele, é
de cerca de R$ 8 milhões, valor
que contempla a itinerância
pelo interior paulista (sob o nome de Circuito Sesc de Artes).
A América Latina tem presença forte no cardápio teatral.
Além de "Caramelo", a Argentina comparece com "Comunidad" (comunidade), adaptação
de conto de Kafka, e "Manifiesto de Niños" (manifesto de
crianças), experimento multimídia co-dirigido pelo conceituado Daniel Veronese (leia
mais no quadro desta página).
Da Colômbia vêm "Testigo
de las Ruínas" (testemunho das
ruínas) e "Ansío los Alpes" (anseio pelos Alpes). Na primeira,
é a memória de um bairro repaginado de Bogotá que está na
pauta; a segunda parte do ocaso
de um homem para meditar sobre o tempo.
Na ala musical, há shows e recitais de formações locais e de
Bélgica, Chile e dos EUA, entre
outros. Os alemães do Piano
Possible Ensemble aportam
por aqui com dois experimentos. Em "Ensemble Finale", os
músicos improvisam livremente de acordo com as imagens de
uma partida de futebol transmitida num telão.
Já "Eu Componho a Partir de
Sua Mão" propõe um jogo ainda mais curioso: um instrumentista entrevista uma pessoa, a conversa é gravada e seu
andamento determina a melodia a ser criada naquele instante pelos outros integrantes da
Piano Possible. O entrevistado
volta para casa com um CD
contendo a composição.
A literatura chega à mostra
em microcontos e poemas espalhados por bebedouros, paredes de concreto, escadas, elevadores e guardanapos de papel das unidades do Sesc.
(LUCAS NEVES)
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