São Paulo, domingo, 09 de maio de 2004

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GASTRONOMIA

Popular refeição dos EUA, servida de manhã e à tarde, tem diversas variações em restaurantes da cidade

Brunch é alternativa no Dia das Mães

José Nascimento/Folha Imagem
Brunch do Dia das Mães do Empório Santa Maria, que tem pratos franceses entre suas opções


LUCRECIA ZAPPI
FREE-LANCE PARA FOLHA

Desde que o Dia das Mães virou objeto de desejo, o brunch, uma variante da corrida dominical em torno da mesa, é mais uma alternativa para frisar o amor que se sente por "aquela que é uma só". Nem "breakfast" nem "lunch", a popular refeição nos EUA é a própria expressão da fartura.
Se, por um momento, o brunch foi documentado nas aventuras dos primeiros colonos de Israel que se abasteciam com refeições fortificadas antes de pegar na enxada, combinando ingredientes da cozinha árabe e judaica, hoje a essência do brunch está mais para ócio do que para trabalho.
Em São Paulo, o Dia das Mães garante um brunch sem enxadas. Diversos restaurantes incorporaram novidades para este domingo a seus cardápios já suntuosos.
O restaurante Charlô, no Jockey Club, talvez pela bela localização, é o que mais se aproxima desse espírito festivo. Assistir a um páreo enquanto se come ostras é um banquete para todos os sentidos.
Fernando Freyssinier, o chef mexicano natural de Puebla, no comando da cozinha do Charlô, preparou para o Dia das Mães, além das 60 dúzias de ostras que desembarcam do Rio Grande de Sul a cada domingo, um variado misto de pratos crus e cozidos, como o cuscuz marroquino com frutas secas. Devido ao grande movimento no domingo, segundo Freyssinier, "é importante reservar a vista".
Outro cardápio na cidade que se aproxima dessa cozinha universal francesa com lascas de Oriente Médio é o Empório Santa Maria. Para hoje, o empório preparou saladas diversas, além de lagosta ao molho de champanhe e medalhão de mignon ao molho de trufas, entre outros pratos.
O brunch no Santa Maria funciona como uma espécie de teste para o público para seus novos pratos. "Todo fim de semana tem novidade. O que for bem aceito vai para nosso cardápio definitivo", diz Marisa Revoredo Campos, chef responsável pela cozinha do empório há dois anos.
"Curioso é notar que, com tantas novidades, o que ninguém cansa de comer é o salmão defumado com creme azedo e blinis. Já vi gente chegar aqui e comer só isso, durante todo o brunch", diz.
Para escapar do cotidiano, mesmo em se tratando de brunches, pode experimentar as especialidades do chef Yasuo Asai, no Kinu, dentro do Grand Hyatt São Paulo, que também abriga o francês Eau e o Grand Caffè, que serve especialidades italianas e é comandado pelo chef Vicent Pellegrini. O Kinu oferece saladas como a de pepino com frutos do mar, sashimis diversos e pratos quentes tradicionais, como o salmão com molho de tofu.
No salão ao lado, fica o brunch do Eau, preparado pelo chef Pascal Valero. O menu traz uma extensa lista de pratos frios, como flor de abobrinha recheada com queijo de cabra e pratos quentes como cavatelli de frutos do mar.
Mas o melhor do Eau são pães preparados no restaurante e doces tradicionais franceses, criados pelo pâtissier Nicolas Galand, como o Paris Brest (massa de bomba recheada com creme de avelã e amêndoas) e o Clafoutie de frutas (massa tipo panqueca, assada em forma de cerâmica e coberta com frutas e açúcar de confeiteiro).
Quem não se decide entre uma cozinha e outra, aos domingos, à exceção de hoje, tem o brunch unificado, dos restaurantes Eau e Kinu. Entre um bufê e outro, dá para fazer uma aliança franco-japonesa sobre o prato, pescando ingredientes dos dois bufês.
Como Dia das Mães envolve necessariamente filhos, passeiam pelo Grand Hyatt monitores que, armados de balões multiformes, convidam as crianças, antes que elas se levantem por si mesmas, para brincar no parque do hotel.
O Canvas Bar&Grill, que também fica dentro de um hotel, o Hilton, no Morumbi, tem durante os brunches a mesma estratégia de monitores para crianças. O menu é assinado pelo chef Yvan Didelot. Entre os pratos, destaca-se a paella de camarão e as sobremesas, como o parfait de chocolate com creme brulée de laranja.
De volta para as ruas, na Vila Madalena, há uma pequena padaria, Deliparis, que serve um brunch despretensioso ao pé da calçada. Nos fins de semana há crepes, brioches, rabanadas, ratatouilles, entre outras especialidades francesas, feitas pelos proprietários parisienses Didier Niepceron e Charles Bigot. Mas, assim como amor de mãe, o brunch da Deliparis não pára no domingo. É servido durante toda a semana.



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