Dominguinhos toca hoje na casa de forró Canto da Ema

MARCOS GRINSPUM FERRAZ
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

O pernambucano Dominguinhos completa 69 anos nesta semana. E comemora hoje, com show em São Paulo, do jeito que gosta: com amigos, em um reduto do forró, e "com o povo dançando a noite inteira". Para o sanfoneiro, que se apresenta nesta noite no Canto da Ema, tocar em lugares como esse -às vezes pequenos, mas com grande tradição no forró- traz um gosto especial.
"Eu vou tocando e o pessoal vai dançando. Faço pout-pourris, porque é chato tocar uma música e parar, né?". É, e se a apresentação começa por volta da 0h, o público pode esperar uma noite de quarta-feira que deve ir até tarde.
No fim do ano passado Dominguinhos lançou o primeiro DVD de sua trajetória, gravado ao vivo em Fazenda Nova, PE. O show contou com diversas participações, como a de Elba Ramalho, e passeou por algumas das clássicas parcerias do músico com Gilberto Gil, Chico Buarque, Djavan e Anastácia. Apesar de falar em "50 e poucos anos de carreira", Dominguinhos começou a tocar aos 6, em Pernambuco, com os irmãos. Questionado se, dessa forma, não são mais de 60 anos de carreira, ele ri e diz: "Pode ser, pode botar aí 60".
É que o compositor diz ter considerado, na primeira contagem, a época em que foi morar no Rio (1954) como o começo profissional. Pois foi lá que se aproximou de Luiz Gonzaga, de quem virou "apadrinhado", e começou a tocar na noite. Hoje, Dominguinhos diz ver um bom momento vivido pelo acordeão na música mundial.
Para ele, o instrumento tem se destacado em vários estilos, desde o rock e o jazz até o forró, onde é chamado de sanfona. "Na verdade, o instrumento é o mesmo, depende do modo que se toca. Os ingleses sempre usaram, nós é que chegamos atrasados". E, após um pequeno silêncio, diz: "Mas eles são muito velhos, né?", e ri.