São Paulo, quinta-feira, 10 de junho de 2010

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Mostra reúne filmes filipinos no CCBB

Produções apresentam cinema ainda pouco conhecido no Brasil

Ampla variedade de filmes faz panorama que abarca produção das Filipinas nas últimas três décadas

ANDRÉ BARCINSKI
CRÍTICO DA FOLHA

A mostra "Descobrindo o Cinema Filipino", em cartaz até o dia 27 de junho no CCBB de São Paulo (segue depois para Rio e Brasília), apresenta 30 filmes produzidos nos últimos 35 anos, num panorama abrangente de um cinema ainda pouco conhecido no Brasil.
A variedade dos filmes impressiona. Há de dramas sociais a curtas experimentais, passando por policiais e documentários. Em comum, uma visão nada idealizada da vida nas Filipinas.
A maioria dos filmes mostra um país paupérrimo e a vida sofrida de seus habitantes. É curioso perceber que, mesmo durante a ditadura de Ferdinand Marcos (1966-1986), o cinema filipino não deixou de criticar a pobreza do país.
Atestam isso filmes do veterano Lino Brocka, como "Manila nas Garras de Neon" (1975), história de um homem do interior que sobrevive na capital trabalhando como operário, e "Insiang" (1976), drama de uma moça que vive numa favela.
Um cineasta a conferir é Brillante Mendoza, com seus filmes passados no submundo filipino, de alta carga erótica e que lembram os momentos mais "dark" do japonês Nagisa Oshima.
Mendoza venceu o prêmio de melhor diretor no festival de Cannes em 2009 por "Kinatay" e dirigiu também o ótimo "Serbis" (2008), sobre uma família que gerencia um cinema pornô.
Outros nomes promissores são Raya Martin ("A Ilha no Fim do Mundo") e John Torres ("Salat" e "Coisas Muito Específicas à Noite"), autores de filmes bastante pessoais. Torres em especial demonstra um gosto pelo experimentalismo, fazendo videopoemas e utilizando até câmeras de celular em seus filmes.


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