|
Índice
Mostra reúne filmes filipinos no CCBB
Produções apresentam cinema ainda pouco conhecido no Brasil
Ampla variedade de filmes faz panorama que abarca produção das Filipinas nas últimas três décadas
ANDRÉ BARCINSKI
CRÍTICO DA FOLHA
A mostra "Descobrindo o
Cinema Filipino", em cartaz
até o dia 27 de junho no CCBB
de São Paulo (segue depois
para Rio e Brasília), apresenta 30 filmes produzidos nos
últimos 35 anos, num panorama abrangente de um cinema ainda pouco conhecido
no Brasil.
A variedade dos filmes impressiona. Há de dramas sociais a curtas experimentais,
passando por policiais e documentários. Em comum,
uma visão nada idealizada
da vida nas Filipinas.
A maioria dos filmes mostra um país paupérrimo e a
vida sofrida de seus habitantes. É curioso perceber que,
mesmo durante a ditadura de
Ferdinand Marcos (1966-1986), o cinema filipino não
deixou de criticar a pobreza
do país.
Atestam isso filmes do veterano Lino Brocka, como
"Manila nas Garras de Neon"
(1975), história de um homem do interior que sobrevive na capital trabalhando como operário, e "Insiang"
(1976), drama de uma moça
que vive numa favela.
Um cineasta a conferir é
Brillante Mendoza, com seus
filmes passados no submundo filipino, de alta carga erótica e que lembram os momentos mais "dark" do japonês Nagisa Oshima.
Mendoza venceu o prêmio
de melhor diretor no festival
de Cannes em 2009 por "Kinatay" e dirigiu também o
ótimo "Serbis" (2008), sobre
uma família que gerencia um
cinema pornô.
Outros nomes promissores
são Raya Martin ("A Ilha no
Fim do Mundo") e John Torres ("Salat" e "Coisas Muito
Específicas à Noite"), autores
de filmes bastante pessoais.
Torres em especial demonstra um gosto pelo experimentalismo, fazendo videopoemas e utilizando até câmeras de celular em seus filmes.
Índice
|