São Paulo, quinta-feira, 10 de setembro de 2009

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Grupo traz balé "neoclássico" a SP

Com a coreografia "Le Sang des Étoiles", do francês Thierry Malandain, Ballet Biarritz vem pela primeira vez ao Brasil

Espetáculo é encenado à "moda antiga" e foge dos padrões atuais da dança contemporânea, que usa vídeos e imagens no palco

ADRIANA PAVLOVA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

À frente do Ballet Biarritz, o coreógrafo francês Thierry Malandain é um espécime raro entre os seus pares europeus. Intérprete premiado que dançou no Ballet da Ópera de Paris, Malandain é um coreógrafo que ainda acredita no balé clássico, nem sempre bem-visto por contemporâneos.
É esta dança neoclássica que o Ballet Biarritz mostra hoje e amanhã, no teatro Alfa. A companhia, fundada por Malandain em 1998, apresenta o espetáculo "Le Sang des Étoiles" ("O Sangue das Estrelas") em sua primeira passagem pelo país.
"Gosto da dança que mostra a dança. Eu trabalho à moda antiga, sem tecnologia. É coreografia e música. Hoje, metade dos trabalhos de dança na Europa tem vídeos. Os meus, não.
Por isso tenho dificuldades de ser reconhecido, principalmente na França, onde a maioria das companhias é de dança contemporânea", disse ele à Folha, por telefone.
Na prática, Malandain não tem do que reclamar. Sua companhia é sediada no Centro Coreográfico de Biarritz, com apoio financeiro do governo francês. E, pela proximidade do País Basco, desde 2000 ele tem uma parceria com a cidade de San Sebastián, que dá verba anual em troca de apresentações no teatro da prefeitura.
O Ballet Biarritz é formado por 17 bailarinos de sete nacionalidades. Desses, 16 estarão em cena em São Paulo. O balé assinado por Malandain parte do mito de Zeus e Calisto para criar uma dança poética, embalada pelo som de Gustav Mahler, Richard Strauss, Ludwig Minkus e Émile Waldteufel.
A ninfa Calisto é seduzida por Zeus e com ele tem um filho, Arcas, enfurecendo Hera, mulher de Zeus. Calisto é transformada num urso, condenado a vagar pela floresta.
Um dia, a ninfa-urso encontra seu filho, agora um caçador. Para evitar a tragédia, Zeus intercede, transformando-os em duas constelações: a Ursa Maior e a Ursa Menor.
"É um balé que fala da relação do homem com a natureza.
Não é um manifesto político, apenas uma visão poética deste mito", diz o coreógrafo, que criou uma cena final na qual os bailarinos vestidos de ursos dançam ao som da música de "La Bayadère", de Minkus.


LE SANG DES ÉTOILES

Quando: hoje e amanhã, 21h
Onde: Teatro Alfa (R. Bento Branco de Andrade Filho, 722; tel. 5693-4000)
Quanto: de R$ 60 a R$ 90
Classificação: 12 anos




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