São Paulo, segunda-feira, 10 de outubro de 2011

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Filme "Professora Maluquinha" não supera livro de Ziraldo

MORRIS KACHANI
DE SÃO PAULO

Quando um filme é inspirado em uma obra literária, a comparação é inevitável. E quase sempre, o livro acaba levando a melhor. Em "Uma Professora Muito Maluquinha", que está em cartaz, não é diferente.
Ziraldo é o autor do livro. Como poucos, ele sabe como falar a língua das crianças. O sucesso de suas obras infantis (junto com "Professora", "O Menino Maluquinho" e "Flicts" venderam sete milhões) atesta isso.
As boas e velhas lições de amor e humor, sem perder de vista o fator surpresa, são a essência de "Professora". A cadência do texto e, sobretudo, o traço inconfundível de Ziraldo, fazem deste um grande livro.
Já o filme, não se pode acusá-lo de não ter levado o livro a sério, até porque é Ziraldo quem também assina o roteiro. Quase todas as situações descritas surgem na telona.
A escolha de Paola Oliveira para o papel principal se revela acertada. Não é difícil entender o encanto das crianças por sua professora. E as aparições de Chico Anysio como vigário são ótimas.
Afinal, trata-se de um filme de apelo sentimental para crianças, mas também para a família e, claro, a enorme e desprestigiada massa de professoras do país.
Só há um inconveniente: os desenhos de Ziraldo são para sempre, já as imagens do filme parecem ter data de validade. E não por conta do seu tom nostálgico -a história se passa nos anos 40 no interior de Minas Gerais.
Em termos de linguagem, a versão para cinema pouco acrescenta. Comuns a tantos filmes que fizeram a má fama do cinema nacional, são os velhos cacoetes de interpretação, edição, montagem, luz que predominam. Se o espectador relevar esse aspecto, então o filme é bom negócio.

UMA PROFESSORA MUITO MALUQUINHA
PRODUÇÃO Brasil, 2011
DIREÇÃO André Pinto e Cesar Rodrigues
AVALIAÇÃO regular



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