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Grupo mescla balé com exotismo chinês
Balé Nacional da China dança em SP "Lanternas Vermelhas", baseado no filme homônimo de Zhang Yimou
Espetáculo ajudou a popularizar o grupo no Ocidente com técnica bem executada e forte apelo no campo visual
AMANDA QUEIRÓS
ENVIADA ESPECIAL A CURITIBA
Após passar por países como França, Inglaterra, Itália,
Austrália, Grécia, México e
Rússia, chegou, enfim, a vez
de o Balé Nacional da China
trazer sua mistura de dança clássica e exotismo ao Brasil.
Em sua primeira vez na
América do Sul, o grupo já visitou Porto Alegre e Curitiba
e apresenta, de hoje a domingo, em São Paulo, a peça que
o projetou no Ocidente.
Com ares de superprodução, "Lanternas Vermelhas",
de 2001, é baseada no longa
homônimo do diretor Zhang
Yimou, que concorreu ao Oscar de Melhor Filme estrangeiro em 1992. "Vimos que a
história servia bem para o
palco", afirma Feng Ying, diretora artística da companhia, por meio de intérprete.
O próprio Yimou foi quem
dirigiu o espetáculo. No entanto, a adaptação tem lá
seus percalços. Na cena, o
tempo alongado e a densidade das interpretações da disputa entre concubinas pela
atenção de seu senhor dá espaço a um melodrama de verve quase mexicana.
Ainda assim, o olhar cinematográfico está lá, com a saturação das cores e o forte
apelo visual que marcam algumas das obras recentes do
diretor, como "O Clã das Adagas Voadoras" (2004).
Antes de "Lanternas Vermelhas", o Balé Nacional da
China era quase desconhecido no Ocidente. A popularidade do cineasta aliada ao
apelo exótico da mescla entre balé e dança chinesa pavimentaram o sucesso.
REVOLUÇÃO CULTURAL
A cia. foi criada em 1959, à
luz das relações entre o governo chinês, recém-convertido ao comunismo, e a ex-União Soviética, que investia pesado em grupos de balé.
Um revés surgiu em 1966.
A Revolução Cultural limitou
a atuação da companhia, então proibida de interpretar
peças ocidentais, como "O
Lago dos Cisnes", ficando
restrita a montagens com temáticas comunistas, como
"O Destacamento Vermelho
Feminino", sobre a luta de mulheres por liberdade.
A técnica do balé, no entanto, manteve-se forte como
base do grupo, que voltou a
interpretar clássicos europeus, além de peças de coreógrafos mais atuais, como
Roland Petit e John Cranko.
Shi Wei, assistente de direção, lamenta a falta de coreógrafos clássicos na China.
"Apesar de os chineses gostarem de balés com histórias, é missão da companhia
introduzir novas ideias e poder levar alguma mensagem
da nossa cultura além-mar", afirma ele.
Depois de SP, o Balé segue para Rio, Brasília e BH.
A jornalista Amanda Queirós viajou a
convite da produção nacional da turnê
LANTERNAS VERMELHAS
QUANDO de hoje a sáb., às 21h, e dom., às 20h
ONDE teatro Bradesco (Rua Turiassú, 2.100, Pompeia, tel. 3670-4100)
QUANTO de R$ 60 a R$ 300
CLASSIFICAÇÃO livre
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