São Paulo, terça-feira, 11 de abril de 2006 |
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ARTES PLÁSTICAS Renomado gravurista e desenhista ganha exposições no Instituto Moreira Salles e em galeria em Pinheiros Mostras homenageiam Grassmann, 80
MARIO GIOIA COMEÇO - Na minha infância, era normal toda criança ter livros ilustrados. No meu caso, havia o "Tesouro da Juventude", que tinha gravuras de Gustave Doré [artista francês, 1832-1883]. Também tinham ilustrações dele para o "Dom Quixote". Em outro livro, também conheci as obras de Kollwitz [Käthe, 1867-1965, artista expressionista alemã], Böcklin [Arnold, 1862-1901] e Thoma [Hans, 1839-1924, esses dois ligados ao simbolismo]. O meu avô paterno também tinha uns grifos em um espelho, que nem sei como foram parar lá. FORMAÇÃO - Estudei na Escola
Profissional Masculina, no Brás
[atualmente Escola Técnica Getúlio Vargas], onde fiquei amigo de
Octávio Araújo [pintor realista e
expressionista], Luiz Sacilotto
[artista plástico construtivista,
1924-2003] e Flávio Shiró [artista
nipo-brasileiro]. Fomos uma espécie de pequeno grupo marginal. Freqüentávamos a Biblioteca
Municipal, onde o Sérgio Milliet
comprara muitas obras de arte
para o acervo, e começamos a entrar em contato com o moderno. AMBIENTE INTELECTUAL NOS
ANOS 40 - Havia uma movimentação, tudo no centro, perto da rua
Sete de Abril. Víamos Rebolo,
Volpi, Graciano [todos pintores
do grupo Santa Helena]. A gente
podia encontrar o Monteiro Lobato na livraria Jaraguá, havia
muitas livrarias no centro. PRECURSORES - O Lívio Abramo
[1903-1992, considerado um dos
grandes nomes da gravura brasileira, com exposição em cartaz no
Instituto Tomie Ohtake] sempre
estava pelo centro, mas naquela
época estava em situação difícil,
precisava sustentar a família. ESTILO - O nosso mundo é sombrio. É só olhar mendigos debaixo
de uma ponte qualquer para ver
Goeldi lá. Uns vêem em minhas
obras o horrível, outros acham o
monstruoso, já outros observam
o heróico. Isso fica a critério do
público.
Marcello Grassmann - Desenhos e Gravuras Quando: abertura hoje, às 19h; seg. a sex., das 10h às 18h; sáb., das 11h às 15h; até 6/5 Onde: galeria Gravura Brasileira (r. Fradique Coutinho, 953, tel. 3097-0301) Quanto: entrada franca Desenhos Quando: abre amanhã (convidados), às 19h; ter. a sex., das 13h às 19h; sáb. e dom., das 13h às 18h; até 25/6 Onde: Instituto Moreira Salles (r. Piauí, 844, 1º andar, tel. 3825-2560) Quanto: entrada franca Próximo Texto: Crítica: Exposições ressaltam dimensão gráfica de Antonio Lizárraga Índice |
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