São Paulo, sábado, 11 de abril de 2009

Índice

Crítica/"Presságio"

Em filme vale-tudo, roteiro começa com terror e termina em ficção científica

Divulgação
O ator Nicolas Cage em cena do longa-metragem "Presságio"

SÉRGIO RIZZO
CRÍTICO DA FOLHA

De alguns filmes, costuma-se dizer que são "previsíveis", embora as coisas talvez não sejam tão simples assim. A noção de previsibilidade está relacionada à de repertório, e o conceito dos gêneros no cinema supõe a retomada (cuja qualidade varia de acordo com os talentos envolvidos) de códigos reconhecíveis pelo espectador.
De qualquer forma, a distinção não cabe a "Presságio", que começa de um jeito, como filme de terror, e termina de outro, como ficção científica. Entre os dois momentos, explora mais referências -como ao suspense, primeiro o de caráter sobrenatural e, depois, o de "fim do mundo"- e modelos de tramas.
Se há alguma previsibilidade ali, é a que leva a desconfiar que muita gente palpitou na história. Três roteiristas dividem os créditos (agrupados em duas equipes de trabalho, o que significa reescrita), sem contar um diretor de "personalidade artística" (Alex Proyas, de "O Corvo" e "Eu, Robô") que herdou o projeto de Richard Kelly ("Donnie Darko").
Isso talvez ajude a entender por que, a certa altura da aventura (é também, no fim das contas, um filme de ação e muitos efeitos especiais), a escalada de acontecimentos lembre um vale-tudo. Na origem, a ideia é parecida com a de "Pi" (1998), que revelou Darren Aronofsky: a busca de padrões numéricos para explicar o mundo.
Na inauguração de uma escola, em 1959, alunos fazem uma "cápsula do tempo", a ser aberta dali a 50 anos, com suas previsões do futuro em forma de desenhos, mas uma das crianças opta por algo estranho.
Em 2009, quando a cápsula é aberta, essa "mensagem" vai parar nas mãos do filho (Chandler Canterbury, de "O Curioso Caso de Benjamin Button") de um professor de astrofísica do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (Nicolas Cage -alguém por acaso riu?). A partir daí, nem mesmo o fim do mundo será o limite.


Avaliação: ruim


Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.