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MÚSICA
Produtor lança o primeiro disco solo, "Bambas & Biritas", com convidados como Seu Jorge, Carlos Dafé e Iara Rennó
BiD apresenta seu repertório suingado
ADRIANA FERREIRA SILVA
DA REPORTAGEM LOCAL
Não é qualquer um que consegue reunir 53 músicos em seu trabalho de estréia. Principalmente
se, entre eles, estão Elza Soares,
Seu Jorge, Arnaldo Antunes e
Carlos Dafé. Mas, definitivamente, BiD não é qualquer um.
Ex-banda Tokyo (a da "linda
garota de Berlim", com Supla),
produtor do álbum "Afrociberdelia", de Chico Science e Nação
Zumbi, e criador da big band
Funk como le Gusta, Eduardo Bidlovski, 39, juntou esses a outros
nomes para seu primeiro disco
solo, "Bambas & Biritas - Vol. 1",
lançado em 2005 e que ganha reedição com cinco faixas extras.
O bônus, explica BiD, acontece
porque o disco saiu em embalagem fina, mas chegava com preço
alto às lojas. "Liguei para a gravadora e sugeri o relançamento em
uma versão mais simples e barata,
com três remixes inéditos", diz.
Para comemorar o "novo" CD
em grande estilo, BiD faz apresentações a partir de amanhã, no Auditório Ibirapuera, com a participação dos cantores Seu Jorge e Iara Rennó, dos MCs Black Alien e
Rappin'Hood, do instrumentista
Carlos Dafé, além de seu irmão,
Rocco, entre outros.
"Rocco veio de Los Angeles especialmente para fazer o show",
fala BiD sobre o irmão, com quem
divide o palco desde os tempos da
banda Tokyo, nos anos 80. "Essa é
a primeira oportunidade que tenho de reunir todos eles, e num
lugar superespecial."
O produtor faz questão de destacar que, mais do que convidados, todos os que estão em "Bambas & Biritas" são "parceiros". "A
única que é só intérprete é a Elza
Soares", fala. Elza canta "Mandingueira", balada classuda de Iara
Rennó, que estará nos shows.
Sobre o disco, BiD diz que ele reflete tudo o que "aprendeu ao longo do caminho". "Fui misturando
o máximo que deu e acabou tendo algum frescor", acredita.
O resultado, no entanto, vai
muito além de trazer "algum frescor" para a música pop. "Bambas
& Biritas" tem produção impecável, com muito suingue da black
music mesclado ao rap, ao samba
e à música eletrônica.
BiD começou a fazê-lo há cinco
anos, quando nasceu seu primeiro filho. O método, diz ele, era
gravar trechos de músicas na secretária eletrônica de seu telefone.
"Em duas semanas tinha um disco inteiro", lembra. "Ao longo do
caminho, fui fazendo conexões,
compondo as letras etc."
O percurso lembra o de outros
produtores, como Apollo 9, Suba
ou o coletivo Instituto, mas BiD
não acha que esse seja um "CD de
produtor". "Tem um trabalho de
produtor, mas, ao mesmo tempo,
é autoral. Compus todas as músicas. Só não me arrisco a cantar
muito", relata.
Para essa função, além dos já citados Seu Jorge e Elza Soares, ele
escalou Rappin'Hood, que faz
uma bonita homenagem ao rapper Sabotage em "Maestro do Canão"; o cantor de samba-rock
Marku Ribas, que está no samba
"Fora do Horário Comercial",
além dos gringos Dasez Scott e
Muhammad Mubashir, que cantam na ótima "Soul Survivor".
Entre os "bônus", estão uma
música com vocal de Chico Science, "Roda Rodete Rodeano", e um
remix inspirado do DJ Periférico.
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