São Paulo, domingo, 11 de junho de 2006

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Metrô receberá novas obras de arte

Onze artistas tiveram projetos aprovados para as atuais e futuras estações; passo seguinte é a captação de recursos

Rubens Gerchman, Paulo von Poser e Siron Franco são alguns dos escolhidos; o acervo atual conta com 84 peças "subterrâneas"

Fernando Donasci/Folha Imagem
Mural de Aldemir Martins na estação Tatuapé


GABRIELA LONGMAN
DA REPORTAGEM LOCAL

Quem desce do metrô na estação Sumaré dá de cara com os painéis envidraçados de Alex Flemming, construídos em 1998. A obra é talvez a mais conhecida do projeto "Arte no Metrô", um acervo de 84 obras sob o solo paulistano.
Reunido na semana passada, um conselho julgou e aprovou 11 novos projetos para as atuais e futuras estações de metrô. A partir do momento em que possuem a carta de aprovação, artistas podem sair em busca de recursos privados -via patrocínio direto ou leis de incentivo- para financiar e instalar suas obras num prazo de até três anos.
A lista de selecionados inclui nomes já consagrados: Rubens Gerchman, Paulo von Poser, Siron Franco, Gilberto Salvador e Nicolas Vlavianos. Completam o time os artistas Luiz Cazarré, Cléber Machado, Manuel Brito, Marcos Garrot, Marcos Lopes e Isabelle Tuchband, com propostas que vão de painéis em mosaico (Brito) a esculturas construídas com ferro esmaltado (Siron).
A maioria das obras deverá ocupar as estações recém-inauguradas (Imigrantes e Chácara Klabin, ambas na Linha Verde), mas há também projetos aprovados para a estação Guilhermina-Esperança e para a futura estação Alto do Ipiranga, esta com inauguração prevista para outubro deste ano. Em três dos casos, o local de instalação ainda não foi definido.

Como se dá o processo
A coleção subterrânea de arte existe desde a implantação do metrô paulistano, na década de 70. A escultura de Alfredo Ceschiatti, na estação Sé, foi a primeira a compor o acervo, que hoje inclui obras de Cícero Dias, Maria Bonomi, Tomie Ohtake, Geraldo de Barros, Renina Katz, Wesley Duke Lee (veja mapa à esquerda).
Se no começo as obras eram compradas pela companhia, desde 1990 o processo mudou: uma comissão consultiva composta por representantes da Associação Paulista de Belas Artes, do Instituto dos Arquitetos do Brasil (IAB), do MAM-SP, do Masp, da Pinacoteca do Estado e do próprio metrô se reúne anualmente para analisar e aprovar os projetos enviados, cabendo aos próprios artistas arranjar os recursos para a implementação -não há verba pública envolvida.
"Cabe ao conselho analisar se a proposta é adequada ao espaço público", explica Ingrid Campos, 31, coordenadora de ação cultural do Metrô de São Paulo. Uma vez realizadas, as obras são doadas e passam a pertencer ao acervo da cidade. Segundo ela, ainda, o currículo do artistas e a viabilidade do projeto são alguns dos itens levados em conta na avaliação.


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