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CINEMA
Filme de 1971 dirigido por Ken Russell integra festival fashion no CCBB
Musical explora múltiplos talentos da modelo Twiggy
Divulgação
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A modelo Twiggy em cena do filme "O Namoradinho" |
JACKSON ARAUJO
FREE-LANCE PARA A FOLHA
A modelo Twiggy é a estrela
do delicioso musical "O Namoradinho" (1971), de Ken Russell, destaque de hoje do festival
Filme Fashion, que está em cartaz
no Centro Cultural Banco do Brasil até o dia 18 de julho.
Além de sua atmosfera otimista,
o filme é uma excelente oportunidade para conhecer os múltiplos
talentos da jovem Lesley Hornby.
Nascida em 19 de setembro de
1949, num subúrbio ao norte de
Londres, aos 16 anos Lesley viraria a modelo Twiggy, uma das
imagens mais influentes da moda
de todos os tempos.
O filme de Russell tem um certo
tom biográfico, já que, como Lesley, a protagonista Polly Browne
vira estrela por golpe do acaso. Filha de família classe média, a menina magricela ganhou dos amiguinhos o apelido Twiggy ainda
nos tempos de escola. "Twig"
quer dizer galho fino ou varinha
de condão.
Seu primeiro trabalho foi de assistente num salão de beleza, ambiente perfeito para mergulhar no
mundo das revistas de moda. Ela
fazia suas próprias roupas e lavava cabelos quando foi descoberta
pelo jovem mod Nigel Davies,
mais tarde seu namorado e agente. Foi ele quem levou a tímida
Twiggy ao famoso cabeleireiro
Vidal Sasson, autor do histórico
corte andrógino, que eternizou
sua imagem e fez a modelo ganhar o título "Face of the Year" do
periódico britânico "Daily Express", em 1966.
No estúdio
A supermodelo daquele momento nunca pisou numa passarela e fez sua carreira em estúdios
fotográficos. Num ensaio, Twiggy
conheceu o desenhista russo Erté,
com quem foi ao teatro assistir à
versão inglesa do espetáculo "O
Namoradinho", hit da Broadway
de 1954 com Julie Andrews no papel de Polly. Depois de três anos
de agenda lotada, a modelo fotográfica mais requisitada do mundo já estava cansada da profissão
e foi incentivada por Erté a fazer
como Polly: cantar, dançar e interpretar.
É aqui que a vida imita a arte.
No dia seguinte, Twiggy foi jantar
com Ken Russell e sua mulher,
Shirley. Na mesa, comentou que
Erté tinha dito para ela virar atriz,
e Ken Russell adorou a idéia. Um
ano depois, Twiggy estava estudando sapateado e canto para filmar "O Namoradinho", que lhe
rendeu dois Globo de Ouro, como
atriz revelação e melhor atriz de
musical.
No filme, a jovem Polly, espécie
de faz-tudo no backstage de uma
companhia mambembe de teatro,
é colocada em cena pelo diretor
malucão para substituir a atriz
principal que havia quebrado o pé
e não podia interpretar. Naquela
tarde, a ingênua e doce Polly brilha no palco do teatro decadente,
mas é vista por um importante
produtor de Hollywood.
No filme, atenção para os figurinos assinados por Shirley Russell
e para a cenografia a cargo de
Tony Walton, superfashion e em
sintonia com a corrente escapista
que toma conta da moda nestes
anos 2000.
Depois de atuar em vários filmes, publicar a autobiografia
"Twiggy in Black and White", ter
programa próprio de entrevistas e
gravar o álbum "Midnight Blue",
a incansável Twiggy lançou sua linha de cosméticos, em 2003, e
planeja a abertura da marca de
roupas Twiggy Retro!.
FILME FASHION. Quando: exibição de
"O Namoradinho" hoje, de Ken Russell, às
17h; a mostra vai até o dia 18. Onde:
CCBB (r. Álvares Penteado, 112, centro,
tel. 3113-3651). Quanto: R$ 4.
Programação completa no site oficial
www.filmefashion.com.br.
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