Show em SP do grupo de percussão Kodo mostra dança e canto inspirados em movimentos de colheita

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Integrante do Kodo, que se apresenta de hoje a domingo na cidade

IRINEU FRANCO PERPETUO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Vai ter canto, dança e, é claro, muito batuque. No âmbito das comemorações do centenário da imigração japonesa, a Sociedade de Cultura Artística encerra sua temporada 2008 com apresentações do grupo de percussão Kodo, que toca de hoje a domingo no Teatro Alfa.
Vêm ao Brasil 22 musicistas (incluindo cinco mulheres), trazendo instrumentos como flautas e harpas nipônicas, embora a base sejam os milenares tambores que levam os nomes de taiko. Feitos de madeira e couro bovino, suas dimensões variam -o maior tem 1,2 m de diâmetro, pesando 400 kg.
O grupo estreou em Berlim, em 1981, tendo se apresentado por aqui pela primeira vez em 1988. Está sediado na ilha japonesa de Sado, onde é feito o processo de treinamento dos músicos que querem integrar o grupo.

Rotina na madrugada
O treinamento consiste de ao menos dois anos vivendo comunitariamente, e mais um atuando como aprendiz. A rotina começa às 4h30 e inclui, além de ensaios musicais, atividades físicas, espirituais e até a colheita de vegetais.
"Os tambores são pesados e grandes, o que faz com que os músicos tenham de educar não só a mente, mas também o corpo", explica Jun Akimoto, manager do grupo. "E como os movimentos de dança que eles executam estão muito ligados aos rituais da colheita, é preciso aprender agricultura também."
O repertório das apresentações paulistanas funde o tradicional e o contemporâneo. "Buscamos o equilíbrio entre preservação e tradição", diz Akimoto. Os ingressos para hoje e amanhã estão esgotados, mas há entradas disponíveis para os outros dias.